Processo sucessório: quarto ato
O homem é um ser político por natureza e nos últimos dias, na cidade de Cajazeiras, em quase todas as conversas de calçadas, nos botequins, nos bares, nas esquinas, na fila do banco, no recreio do colégio, na hora do almoço e até no deita e rola o bom mesmo é discutir política municipal, principalmente sobre o processo sucessório que está se desencadeando e vai desembocar nas eleições municipais, cuja realização será no primeiro domingo de outubro de 2008, dia cinco. A maioria do povo adora falar sobre política.
Portanto, começou a contagem regressiva: estamos há exatos 303 dias, isto porque o ano de 2008 é bissexto, senão seriam somente 302 dias. Dez meses e três dias nos separam da decisão livre e democrática do povo de Cajazeiras para eleger o seu futuro prefeito. A eleição para vereador, no contexto, é apenas um detalhe, não empolga, não estremece, não gera disputa. Este não é um movimento de rotina, mas um acontecimento de inequívoca manifestação de vitalidade democrática e da paixão pelo poder. O poder que está mais próximo do cidadão, no seu município, na sua urbe que é o seu mundo. Em Cajazeiras as eleições municipais sempre empolgam tremendamente mais do que para presidente da República e governador.
Felizmente o povo permanece com a soberania em suas próprias mãos e somente a ele todo homem público deve prestar contas dos seus atos e de suas atitudes. Quantos já não foram o “dono do poder” e hoje estão no mais triste ostracismo?
Neste processo, um fato merece comentário. Os nossos dois ilustres representantes na Assembléia Legislativa da Paraíba, José Aldemir Meireles (DEM) e Jeová Vieira Campos (PT), ambos os mais votados dos seus partidos, fato que orgulhou os seus correligionários e eleitores, estão com um encaminhamento, do meu ponto de vista, errado. Senão vejamos: qual o papel do deputado Jeová Campos, o mais votado do PT, na Paraíba, neste processo de escolha do candidato do seu grupo político, que faz oposição ao governo municipal? O seu partido, através do vereador Severino Dantas tem uma posição já firmada em torno do nome de Léo Abreu. Só que Jeová ainda não tem uma posição clara e definida.
Enquanto Severino Dantas e outros companheiros do PT já estão definidos, Jeová titubeia. E exercita o seu estilo de fazer política municipalista pensando num futuro incerto, a exemplo de sonhar com a cassação do governador da Paraíba, Cássio da Cunha Lima com a possível ocupação do senador José Maranhão do lugar de Cássio. Aí sim, se este fato acontecesse, todo o processo sucessório no município de Cajazeiras mudaria, inclusive para o grupo da situação.
Mas enquanto Jeová sonha, a candidatura do médico Léo Abreu ganha as ruas, as praças e a cada dia acontecem mais adesões dos seus próprios companheiros do PT, isolando-o cada vez mais. E vai ter quer ir engolindo Léo Abreu, mesmo com restrições, como vem dizendo, em conversas, com alguns amigos.
Jeová Campos ao invés de ocupar os espaços e o comando do processo sucessório no seio da oposição, está deixando esvair-se de suas mãos e da sua batuta uma gestação, que por natureza seria sua ou pelo menos deveria estar caminhando paralelamente na construção deste candidato. Quando cuidar, vai ser tarde. A não ser que não esteja disposto a se engajar na luta das oposições paratomar a prefeitura, através do voto soberano do povo.
Não vejo muita diferença entre o que está fazendo Jeová Campos e José Aldemir. Aldemir, ao colocar o seu nome como candidato a prefeito, sem a mínima condição de concorrer no diretório municipal e vencer a disputa contra o nome indicado por Carlos Antonio, o empresário Marinho Messias, ambos do DEM, reluta e reluta em continuar “azedando” um processo que considero irreversível, isto porque Carlos Antonio não abre de mão do comando e da indicação, de uma pessoa de sua extrema confiança, e que gostaria de ver dando continuidade ao seu governo.
José Aldemir, a exemplo de Jeová, está deixando de ser partícipe, coadjutor, co-responsável, companheiro e correligionário no encaminhamento da “indicação” do nome de Marinho para disputar a prefeitura de Cajazeiras.
Direito e liberdade ambos possuem para tomadas de posições políticas que bem quiserem, mas por outro lado o povo fica de olho e bem aberto para saber o que existe além destes direitos, destas liberdades e destas posições.
Mas vão ser nas nossas praças, onde são bradadas as palavras dos nossos homens públicos, onde se recolhem os ecos de nossa cidadania, onde palpitam a alma ingênua e o coração sofredor do povo, que se descortinarão as nossas esperanças e as nossas conquistas e o porvir de melhores dias para a nossa cidade, com a eleição de um excelente prefeito e de uma câmara digna e honrada.
Faltam apenas 303 dias para as eleições, sem esquecermos de que José Aldemir e Jeová Campos têm uma importância muito grande na história política de Cajazeiras e jamais deverão ficar à margem do processo sucessório municipal de 2008, a não ser que não queiram.
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