Preparem-se: é tempo de vacas magras
Por Fernando Caldeira
Não adianta olhar para o lado, disfarçar que não é com a gente, que é só uma “marolinha” que vai passar logo…, enfim, não adianta dar uma de ‘migué’ achando que, desconhecendo a realidade, ela não nos atingirá. Até porque ela já nos atinge!
Falo da crise econômica que aumenta custos e reduz ganhos e, dessa forma, leva a quase todos para uma velha conhecida dos brasileiros: a inadimplência.
Até mesmo os poderes públicos do Brasil se veem hoje acuados e com enormes dificuldades em saldar seus compromissos. Até mesmo os mais sagrados, como é o caso do pagamento do funcionalismo.
Não falo em relação apenas e tão somente aos Estados do Nordeste, reconhecidamente os mais penalizados em termos econômicos. Estou falando de praticamente todos os entes federados estaduais deste país. Ora, não é comum se ver um Rio Grande do Sul ter que pagar parceladamente os salários de seus servidores; também não é comum 7 Estados não conseguirem pagar o 13 salário dentro do ano vincendo; também é incomum ver um poderoso Rio de Janeiro sem dinheiro para manter a rede médica estadual, como da mesma forma nunca se viu um governador de Minas Gerais vir a público afirmar que até abril, pelo menos, os salários dos funcionários estaduais serão pagos com atraso de até 30 dias, e por aí vai!
Se antes podíamos falar em situação econômica delicada deste ou daquele, hoje isso é quase que generalizado, como vimos.
Ora, se é assim em Estados como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, para ficar somente nesses, imaginem vocês a delicada situação econômica vivida atualmente pelos Estados do Nordeste!
Enquanto Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro dependem pouco do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e ainda assim estão na situação que estão, imaginem Estados onde o FPE é componente de grande parte de suas receitas, como é o caso dos situados na região Nordeste!
Pra que se tenha uma ideia, a diferença para menos da cota do dia 10 de janeiro de 2014 para a cota do dia 10 de janeiro de 2016, na Paraíba, é de nada mais nada menos do que 60 milhões de reais.
Essa é a dura realidade que vamos viver durante bom tempo daqui para frente: custos subindo e receitas caindo.
Preparem-se: é tempo de vacas magras!
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