Política na PB é samba do crioulo doido
A paródia do jornalista e escritor Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta), descreve, entre outros disparates, como Chica da Silva obrigou a Princesa Leopoldina a se casar com Tiradentes e este, depois de eleito Pedro Segundo, procurou o Padre Anchieta para juntos proclamarem a escravidão, é o retrato, cagado e cuspido, como diria Jessier Quirino, do atual estágio da política na nossa Paraíba.
Mesmo passada a eleição, seus efeitos colaterais continuam a sacudir nossa vida pública, mais parecendo um sismo com altos índices na escala Richter.
E não se diga que os tremores são pontuais e se situam neste ou naquele grupo partidário. Não! O sacolejo da política paraibana é generalizado e atinge de um lado e de outro, isto é, governo e oposição. É um verdadeiro Samba do Crioulo Doido.
Começa com a oposição do senador Cicero Lucena, que faz questão de desconhecer, mesmo na condição de presidente estadual que é, que o seu partido, o PSDB, é governo na Paraíba, com Rômulo Gouveia como vice-governador.
Mais que isso, Lucena minimiza e até mesmo menospreza a força de um Cássio Cunha Lima que já avisou que fica com Ricardo Coutinho (PSB) na reeleição. Logo Cássio, a estrela maior do tucanato paraibano e quiçá nordestino, que foi o primeiro governador eleito a obter mais de 1 milhão de votos, e é o único senador paraibano eleito com mais de 1 milhão de sufrágios.
Nesse vai não vai, o vice Rômulo já se mostrou propenso a abandonar a legenda e cair nos braços do novel PSD do prefeito paulistano Gilberto Kassab. Espera nessa empreitada levar Cássio a tiracolo deixando o “caboclinho” isolado. Mas o ‘galo de campina’ já disse que do PSDB não sai e faz até apelo público para que o ‘gordinho’ dê uma de Dom Pedro de Alcântara e declare o “fico.”
De outro banda o DEM de Efraim Morais torce o nariz e range os dentes com o governo socialista, contemplado mas insatisfeito com o recebido. Não diz abertamente, mas qualquer conversa com oficiais do partido, como Sabino Dias de Almeida e deputado Branco Mendes, expõe a imensa insatisfação, que também é tucana, obrigando o “marechal” Cássio a declarar que não se passará por muro das lamentações.
Mas se na ala governista o samba é de crioulo doido, também o é do lado da oposição.
Enquanto Manoel Júnior se insinua candidato a prefeito de João Pessoa desautorizado por Beijinha, o deputado sobrinho de Zé, Maranhão garante que Márcio Roberto não aderiu ao governo, em que pesem as nomeações de gente sua já publicadas no Diário Oficial.
Na mesma banda oposicionista, cresce cada dia mais os rumores de novas adesões. Diz-se que Trócolli quer ser candidato a prefeito de Cabedelo e aderiria se obtivesse o apoio do Palácio da Redenção para seu intento. Quem sabe? Gervazinho também estaria a caminho, mas nega. Quem sabe?
Veneziano e Vital, ao derredor, mantém, cada vez mais, um entendimento ‘administrativo’ com Cássio que gera ciúmes no PMDB, no PSDB, no DEM e, como não dizer, no PSB também.
Se quisesse encerrar esta doidice à la João Costa, diria: “assim caminha a humanidade.”
Mas para ser original ao samba de Stanislaw, concluo: “o trem tá atrasado ou já passou!”
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