Pão ou circo
Sempre fui frontalmente contra a realização do Carnaval e do Xamegão com recursos próprios da prefeitura municipal. Nunca consegui entender como um gestor público tem a coragem de “sangrar” os míseros recursos dos cofres públicos para pagar uma banda de forró ou a um cantor, com cachês no valor de até 200 mil reais, quantia suficiente para construir uma pequena creche na periferia da cidade, tão carente deste serviço.
A cidade de Campina Grande, que realiza o “Maior São João do Mundo”, com investimentos da ordem de oito milhões de reais, o seu prefeito recusou a participação de uma das bandas em função do valor de uma única participação, que teria passado de 120 mil no ano passado, para 250 mil reais, e isto porque quase a totalidade dos recursos é captada entre a iniciativa privada e o governo federal.
Tenho dado e vou continuar dando o maior ponto ao governador Ricardo Coutinho por ter acabado com o “festival de recursos” que eram enviados para os prefeitos contratarem bandas e cantores para fazerem festas em seus municípios. Ele sempre disse: “o estado tem outras prioridades”.
É indiscutível que o Turismo de Eventos se constitui como um dos serviços que aumenta e distribui renda para muita gente, incrementa a economia, o comércio vende muito, principalmente o setor de bebidas, de calçados e vestuário, além do setor de hotelaria que tem no carnaval e nos festejos juninos como uma das oportunidades de ocupação 100% de seus leitos.
O carnaval foi realizado e indiscutivelmente foi um grande êxito, mas com a colaboração da iniciativa privada, que infelizmente, quando se pensava que o mesmo grupo que o patrocinou viesse também se movimentar e realizar, com a experiência adquirida, uma grande festa junina, mas sequer se manifestou.
A totalidade da juventude não concorda com a posição da prefeita Denise por não querer/puder realizar as festividades juninas este ano. Vozes mais ponderadas da comunidade defendem que a prefeitura deveria realizar nos dias 23, 24, 28 e 29 de junho, com bandas da nossa região, na Praça do Xamegão, quatro noites de forró, para manter a tradição e isto poderia ser feito com uma pequena quantidade de recursos e que não poria em risco as finanças do município.
O que teria faltado por parte da edilidade cajazeirense seria um bom Calendário de Eventos a ser encaminhado para o Ministério do Turismo, em Brasília, que tem recursos de sobra para esta importante área da economia. Uma ação desta natureza não pode ser feita de véspera, tem que ter um planejamento, que pode ser feito inclusive por uma empresa especializada neste ramo de atividade.
Neste calendário, além do Carnaval e Xamegão, Festa do Reencontro, poderia ser incluída a Paixão de Cristo (que este ano foi um sucesso), a Festa do Cajá, Festival da Gastronomia Regional, Exposição de Animais, etc.
Os nossos vizinhos têm nos dado lições, mas não as temos aprendido, a exemplo de Bernardino Batista que faz a Festa do Caju e Sousa com sua grandiosa festa do coco. São eventos desta natureza que ampliam as oportunidades econômicas e divulgam as cidades que os realizam.
Cajazeiras hoje é indiscutivelmente uma “Cidade Universitária”, porque estamos deixando de explorar este filão de oportunidades? Por que não realizamos a “Festa do Calouro” para darmos boas vindas aos milhares de estudantes que vêm de outras regiões do País?
Para empreender estas ações precisamos também definir e construir um grande Parque de Eventos, a exemplo de Campina Grande com o Parque do Povo, e para isto existe dinheiro no Ministério do Turismo.
Os ex-prefeitos Antonio Vituriano, de Cajazeiras e Ronaldo da Cunha Lima, de Campina Grande, ainda hoje são lembrados: um pelo Xamegão e o outro pelo Parque do Povo. Quem faz nunca poderá ser esquecido. Agora chegou a vez de Denise de dotar Cajazeiras de um grande parque e entrar para a História como executora da obra.
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