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Francisco Inácio Pita

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Os novos desafios para as escolas

06/05/2009 às 23h56

As escolas têm um papel muito importante na formação dos jovens que passam de criança para adolescentes, depois jovens e até a idade adulta. Qual o verdadeiro papel da escola? É formar os seus participantes para viver na sociedade em condições de vida legal e acima de tudo adquirir os conhecimentos necessários para viver bem, isso significa apenas uma parte que a escola deve fazer.

As escolas de forma geral estão implantando em seus currículos duas disciplinas: Filosofia e Sociologia. Será que estas duas disciplinas na forma política em vivemos terá um grande efeito? Como professor atualmente de outras disciplinas, mas conhecimento o programa estudado pelas disciplinas citadas, entendo que não é de suma importância para o momento, a implantação dessas disciplinas, principalmente em nossa região.

Outras disciplinas deviam ser implantadas no momento, como por exemplo, as que falassem especificamente sobre a sexualidade na adolescência e a preservação ao meio ambiente. Já tem disciplinas que falam do assunto, eu falo de criar disciplinas que falem especificamente do assunto.

Educação Sexual de forma geral e a sexualidade na adolescência, tendo como problemática trabalhar a sexualidade dos jovens na adolescência. Quem for trabalhar com o tema precisa muito cuidado para não ser rígido e condenar os jovens e adolescentes pela prática de sexo, hoje muito comum entre os casais de namorados, tenha cuidado para não incentivar também a prática. Necessariamente, o palestraste deve, mostrar de forma educada as causas e consequências que eles têm que enfrentar numa gravidez antes do tempo, mostrar a responsabilidade com a nova vida que irá chegar e o eles têm que enfrentar. Cuido para não traumatizar os adolescentes e jovens que estão lhe ouvindo. Eles podem pensar que você é muito careta ou ficar com medo de praticar sexo até na hora certa.

Para alguns especialistas, a pertinência da extensão enquanto função, ou seja, numa situação ideal, a relação com a realidade social já estaria presente na prática do ensino e da pesquisa. Percebemos em nosso dia a dia o anseio da comunidade em orientar os jovens com relação à sexualidade. Por isso sentimos a necessidade de pesquisar e buscar alternativas para colaborar com a formação integral dos adolescentes da comunidade. Alem disso, pretendemos ajudá-los a esclarecer suas dúvidas para adquirir maior confiança em si próprio. Ainda nos dias de hoje, é tão difícil falar sobre sexo e sexualidade, mesmo estando este tema estampado em programas de televisão, músicas, revistas, internet e tantas outras maneiras, que fazem parte do dia a dia e da nossa realidade.

As famílias não oferecem formação a seus filhos, deixando-os que aprendam tudo na escola, a falta de acompanhamento dos pais, talves por timidez, acabam deixando seus filhos com pessoas muitas vezes de má intenção, tendo a possibilidade de aprenderem de maneira extremamente errada, causando nestes jovens preconceitos e tabus. Os professores precisam chegar bem próximos destes alunos para saber suas reais curiosidades, deixando ai sugestões e atividades de como poderá ser trabalhada a sexualidade nas escolas e até mesmo dentro do seio familiar.

Mesmo a sexualidade sendo um assunto proibido para diversos adultos, não podemos cobrar deles mais informações, porque a educação que eles receberam sobre sexualidade leva-os a não se sentirem a vontade para falar sobre o assunto. Alguns pais não falam sobre sexualidade por medo, por não considerarem assunto para crianças e por outras razões diversas, muitas vezes pela própria educação que tiveram.

A confusão forma-se na cabeça das crianças, quando os pais escondem ou inventam algo sobre o sexo, muitas vezes evitando falar sobre o assunto, criando verdadeiros tabus. Meninos e meninas acabam procurando respostas para suas curiosidades, das diversas maneiras nem sempre corretas, através de revistas, filmes e conversas com determinados “amigos” não obtendo na maioria das vezes respostas corretas e objetivas.

Ensinar é uma forma generosa, humana e de muita humildade. É necessário que os pais e professores se conscientizem que independente da idade, a sexualidade está presente e as dúvidas devem ser esclarecidas e discutidas, de maneira objetiva, simples com humildade, pesquisando quando as questões apresentadas pelos filhos e alunos fugirem ao conhecimento dos pais e dos professores.

Para tanto, o projeto de criação dessas novas disciplinas, ligadas a sexualidade e ao meio ambiente vai contribuir na formação do sujeito, como ser completo, não apenas no conhecimento intelectual, mas que ele possa se perceber como ser integral, com suas emoções, comportamentos, e que o mesmo possa a vir somar com as experiências e questionamentos do seu projeto de vida, mudando a sua trajetória de vida, não se deixando levar apenas por emoções, fantasias e prazeres, ou impulsos que mais tarde poderá acarretar em danos para sua personalidade, criando gravidez indesejada, doenças e etc. Em decorrência da nossa realidade atual, também se observa que os jovens são levados para outros caminhos que não são adequados para sua idade e nem para vida de qualquer ser humano, como criminalidade e outros. Já na escola o comportamento destes jovens e adolescentes é bastante prematuro, pois estão sempre voltados à promiscuidade, com palavrões, gestos obscenos.

A escola precisa urgente buscar alternativas de orientação aos jovens no sentido de suprir os questionamentos levantados por eles, pesquisar novas maneiras de abordar a temática da sexualidade com os adolescentes, orientar os jovens com relação ao reconhecimento sexual, colaborando com a formação integral dos adolescentes da comunidade.

A discussão sobre a inclusão da sexualidade no currículo escolar tem se intensificado desde da década de 70, são quase 40 anos de fala fala, mas até o momento o progresso foi pouco, alias, ou quem transmite as informações não atinge o objetivo, porque vemos os maiores escândalos acontecendo no nosso dia a dia. Os PCNs definem a orientação sexual como um dos temas transversais que devem perpassar toda concepção e estruturação do ensino fundamental e médio em nosso país. A educação sexual escolar sempre foi objeto de polêmica em nossa tradicional educação. A escola brasileira pública e privada, sempre manteve este tema distante de seus procedimentos curriculares e responsabilidades institucionais.

De acordo com alguns estudiosos no assunto, a sexualidade deve ser orientada de forma a preparar o individuo para a vida, porém para educar é preciso que o educador esteja preparado para tal tarefa. Busca se considerar a sexualidade como algo inerente à vida e a saúde, que se expressa desde cedo no ser humano. Engloba o papel do homem e da mulher, o respeito por si e os estereótipos atribuídos e vivenciados em seus relacionamentos, o avanço da AIDS e da gravidez indesejada na adolescência, entre outros que são problemas atuais e preocupantes. Todos esses fatores denotam uma necessidade cada vez maior da inclusão da temática sexual no currículo escolar.

Para a sexóloga Suplicy, é no lar que o ser humano deveria ter sua primeira educação sexual, uma criança falante e curiosa pode começar a mostrar interesse pelo sexo aos dois ou três anos, mesmo sem o uso da palavra. A maioria o fará com quatro ou cinco anos de idade. Nesta fase o que a criança quer saber é muito pouco, não é preciso explicar detalhes, mas também não minta, não brigue, não desconverse, explique o básico na linguagem que ela puder entender.

Segundo Freud em matéria publicada em 1939, a teoria do inconsciente permitiu o entendimento da formação de traumas no indivíduo, na investigação da origem dos traumas ele estudou a criança e descobriu que o início das neuroses está na repressão sexual sofrida pelos indivíduos ainda na fase infantil da vida.

Podemos entender a repressão mental como processo que exclui da consciência sensações ou lembranças desagradáveis que são remetidas ao inconsciente. O instinto sexual de todos os instintos humanos é o mais reprimido pela cultura e também o que mais amplamente se manifesta seja por via neurótica ou sadia, tamanha é a sua força.

Para Fagundes em matéria publicada em 1995, “se uma criança não tem desde cedo um esclarecimento sobre assuntos ligados ao sexo, não compartilha seus medos e ansiedade com seus pais. E os pais não lhe dão apoio nas suas descobertas, certamente ela será um adolescente carregado de dúvidas buscando em revistas e conversas com amigos o entendimento deste processo e, provavelmente, um adulto com complexos, culpas e preconceitos, a sexualidade infantil estabelece as bases para sexualidade na adolescência e para a sexualidade na vida adulta”.

Educação Sexual bem transmitida para o aluno pode oferecer condições necessárias para que ele assuma seu corpo e sua sexualidade com atitudes positiva, livre de medo e culpa, preconceito, vergonha, bloqueios ou tabus e pratique o sexo apenas na hora exata. É no crescimento exterior e interior, onde há respeito pela sexualidade do outro, responsabilidade pelos seus atos, direito de sentir prazer, se emocionar, chorar, curtir de forma certa e legal sua vida. É ter direito a esse crescimento com confiança, graças às respostas obtidas aos seus questionamentos, podendo criticar, transformar valores, participar de tudo de forma sadia e positiva, sempre buscando melhores relacionamentos humanos.

A questão dos preconceitos que envolvem a sexualidade não tem origem na criança, mas no mundo e sociedade onde esta criança vive. É muito difícil trabalhar a sexualidade, pois mexemos com a nossa sexualidade, com nossos conceitos em relação a ela. A educação sexual passa pela educação do educador. O professor deve estar consciente da beleza e dignidade do sexo e também do respeito e sua valorização. Deve encarar com tranqüilidade a curiosidade da criança. A ausência de uma atitude, uma fala natural sobre a sexualidade vai gerar na criança a ansiedade de saber que o fará buscar a satisfação de suas curiosidades em outras fontes nem sempre recomendáveis. A criança usa muito seu corpo para expressar os seus desejos, seus anseios, seus sentimentos relacionando-se com o ambiente ao seu redor.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

Contato: [email protected]

Francisco Inácio Pita

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Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

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