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Alexandre Costa

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Os abusivos lucros dos bancos

26/02/2022 às 07h50

Coluna de Alexandre Costa - Imagem: reprodução/internet

Por Alexandre Costa

Criados pelos genoveses, no início do século XV, com o objetivo de trocar, guardar e emprestar as moedas, que começavam a surgir na Itália renascentista, os bancos receberam esta denominação, atribuída aos judeus de Florença devido, à utilização de uma mesa onde essas operações financeiras eram realizadas.

Nascia ali o primeiro banco da Idade Moderna e de uma instituição que viria se tornar em uma das mais ricas e poderosas do mundo contemporâneo que tomou impulso quando os banqueiros da época perceberam que nem todo dinheiro depositado era retirado propiciando umas das maiores sacadas de todos os tempos do mundo das finanças: emprestar dinheiro a juros.

Abominada pela igreja, na época, o empréstimo de dinheiro a juros levou os judeus a organizarem e concentrarem o sistema bancário e se tornarem estigmatizados até hoje pela implacável prática da usura.

Usura exacerbada que é fielmente retratada na magistral obra do dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare (1564-1616), “O Mercador de Veneza”, uma peça teatral de 1596 transformado em filme em 2004 que aborda os dilemas éticos entre um arruinado comerciante veneziano que deu a um agiota judeu, como garantia de um empréstimo de três mil ducados, um pedaço de sua própria carne.

Claro, meu nobre leitor e minha querida leitora que não vou revelar o surpreendente desfecho dessa fantástica trama Shakespeariana, recomendo para quem ainda não viu, ler o livro ou acessar as plataformas de streaming para ver o filme e se deliciar com o desempenho memorável de Al Pacino incorporando o judeu Shylock e de Jeremy Irons Interpretando o mercador Antônio. Um filme antológico que espelha a sanha financista sem limites desde os seus primórdios.

Da sanha financista shakespeareana ambientada no século XIV até a recente divulgação dos balanços de 2021 dos quatro maiores bancos do país, Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander [a Caixa Econômica Federal ainda não divulgou seu balanço] percebemos que nem mesmo a maior emergência sanitária do mundo conseguiu aplacar a avidez pelo lucro do sistema financeiro brasileiro. Em 2021 esse quarteto bancário amealhou um lucro recorde de R$ 81 bilhões, um crescimento de 32% em relação a 2020, um altíssimo desempenho que ignorou totalmente as vicissitudes dos tempos pandêmicos que atravessamos. O maior deles, o Itaú Unibanco amealhou um lucro em 2021 de R$ 26,8 bilhões acumulando, hoje, um astronômico ativo financeiro de R$2,16 trilhões uma alta de 45% ante 2020.

Caracterizado historicamente pela terrível fama de “tirar o couro” dos seus funcionários com jornadas excessivas de trabalhos, obrigações de cumprir metas inatingíveis, agora começando a ser fustigados pelas fintechs (bancos digitais) passam a assediar seus colaboradores com os famigerados PDV-Plano de Demissão Voluntária tudo isso com o olhar beneplácito do “independente” Banco Central. Um descalabro sem tamanho que tornou o sistema bancário brasileiro num verdadeiro escracho nacional.

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário com MBA em Gestão Estratégica de Negócios, membro efetivo e fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras-ACAL


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

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