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José Antonio

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O Sertão das desigualdades e dos emergenciados

12/03/2021 às 08h19

Coluna de José Antônio

Por José Antônio

As “Frentes de emergências” estão de volta, não por causa das históricas secas nordestinas, mas diante da pandemia do covid 19.

Nos Sertões do Nordeste existem duas realidades completamente diferentes em uma mesma época.  Faces de uma mesma moeda cruel, terrível, pobre, da desigualdade social, da miséria, da fome, da pobreza, do desespero, da falta de perspectiva, da incerteza, do desemprego, onde se nasce quase morto e se morre um pouco por dia.  O outro Sertão: do telefone celular, dos carrões importados, das residências de luxo, da internet, da TV paga  e outras tecnologias, que chegam inclusive a indicar que vivemos num paraíso.

Quantos vivem na banda do Sertão que parou no tempo? Vivemos uma História de contrastes seculares, tão antigas que já nos acostumamos com ela. Vamos continuar como vivos mortos, sem esperança, sem reação, sem conspiração, sem revolução e assistindo passiva e covardemente o fosso aumentar a cada dia?

Entre estas duas realidades destes injustos mundos existem uma gente sofrida, mas que ainda pode valentemente, resignada, sair do Século XVIII, para ter um lugar ao sol no Século XXI. Como isto poderá acontecer?

Diante da pandemia do Covid 19, criou-se uma nova geração de “cassacos”, que agora recebe o nome de “emergenciados”, que não têm que ir para as “Frentes de Trabalho”, quebrar pedras ou construir estradas e bueiras, mas têm que se submeter a longas filas das lotéricas e da Caixa Econômica, em meio ao vírus invisível, seu maior inimigo. São estas as migalhas que sobram para os valentes sertanejos.

Esta ação governamental, via câmara dos deputados, que é considerada monumental, é tida como salvadora em meio a um turbilhão de desempregados, com um  aspecto: existe ainda aqueles que burlam todo um sistema para roubar e desviar estes recursos e fazer corrupção.

Até quando vamos viver de atitudes emergenciais? Quando teremos uma política definitiva para os problemas causados pelo desemprego? Quando será que o Nordeste vai deixar de ser uma Região que só tem direito as migalhas da riqueza nacional?  Este é um momento importante do Nordeste para ser fazer uma reflexão e tirarmos a conclusão em qual do século deveremos viver, se o da fome ou o da dignidade?


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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