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Renato Abrantes

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O Reino de Deus

25/11/2008 às 00h00

O fim do ano litúrgico e o começo do novo foi anunciado pela festa que celebramos no domingo próximo passado quando, solenemente, fazíamos a memória de Cristo, Senhor e Rei do Universo. De maneira clara e objetiva, lembrávamos que o Reino de Deus nos é garantido através de ações concretas direcionadas aos pobres e pequeninos (“vinde, benditos de meu Pai, pois tive fome e me destes de comer…” – Evangelho), à maneira de Deus que, Ele mesmo, vai apascentar suas ovelhas (“eu mesmo vou cuidar das minhas ovelhas…” – 1ª leitura), como realmente o fez através do Verbo Encarnado que, primogênito dos mortos, nos assegura a todos a ressurreição futura (“…pois Ele é poder de Deus e a sua Sabedoria…”- 2ª leitura).

Concretamente, Deus nos aponta o modo como chegarmos à plenitude do Seu Reino que está escondido em meio às pequeninas coisas do cotidiano: dar de comer a quem tem forme, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, visitar e confortar os doente e os prisioneiros, acolher os peregrinos.

Em meio à uma sociedade que valoriza o que é grande, o bom e misericordioso Deus nos convida a ações concretas em favor dos “pequeninos”, pois pequenino Ele se fez na manjedoura de Belém e pequenino Ele continua a ser nos pobres e nos mendigos, nos doentes nos hospitais, nos prisioneiros nos cárceres e nos injustiçados. E serão considerados aptos às alegrias eternas aqueles que O reconheceram nestes “menores dos meus irmãos”.

Um teólogo do século passado, Hans Uns von Baltasar, afirmou que os teólogos do século XXI têm que ter numa mão a Sagrada Escritura e na outra o jornal diário. Com uma mão na Bíblia e a outra nos meios de informação atuais, pasmamos frente aos trágicos acontecimentos. Filhos matam pais, não apenas com “requintes de crueldade”, mas, também, com hálitos de barbárie; jovens morrem todos os dias, embriagados, vitimas do trânsito selvagem que temos em nossas cidades; as drogas enchem os bolsos de seres que, se comparados aos animais, vencem no quesito desumanidade. E o pior de tudo isto é que já nos acostumamos e nem reagimos mais. Virou rotina.

Imersos em um mundo em que o mau parece ser a última palavra, não podemos jamais esquecer que “Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera”. O mundo não é de Satanás, mas de Cristo, que já o conquistou para Deus. Aguarda-se tão somente o fim dos tempos para sermos entregues ao Pai, como troféus benditos de santidade, frutos sagrados do sacrifício da Cruz. Enquanto isto, submetidos ao tempo, aguardamos o dia da vitória, em que os bons serão recompensados e os maus serão lançados na “fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos, desde a criação do mundo”, o inferno.

No ciclo temporal, começaremos, no próximo domingo o tempo bonito do Advento, preparando nosso coração e nossa mente, a partir de adequadas reflexões, para a vinda de Cristo que, pequeno na manjedoura, insiste em mudar o mundo, “até que Ele volte” em sua segunda vinda, a “parusia”.

Deixemos o “doce menino” hospedar-se em nosso ser para, a partir de nós, o Seu Reino ser implantado neste mundo que parece não ter jeito.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

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