O hidrogênio verde acelera a transição energética
Por Alexandre Costa
Hidrogênio verde. O termo pode soar estranho como coisa de marqueteiro, mas a tecnologia de produzir hidrogênio a partir de fontes de energia limpa sai da área conceitual do combustível do futuro e surge no Brasil como uma palpável alternativa de puxar e encurtar o longo processo de transição energética de fontes poluidoras para o tão sonhado mundo do carbono neutro.
Obtido por meio de um processo chamado eletrolise, através de uma reação físico-química que quebra as ligações das moléculas de hidrogênio da água quando é submetido a uma corrente elétrica, o hidrogênio verde apresenta ainda grandes desafios em sua produção em larga escala que reside na exclusiva utilização de energia elétrica de fontes renováveis como eólica e fotovoltaica e na complexa e caríssima logística de armazenamento e transporte desse gás.
A grande largada mundial para a transição energética foi dada em 2015, durante a COP- 21 (Conferencia das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) onde foi firmado o Acordo de Paris no qual os 195 países participantes estabeleceram metas de manter o aumento da temperatura do planeta abaixo de 2° C além de reduzir as emissões de gases que provocam o agravamento do efeito estufa e do aquecimento global provocado pela brutal queima de combustíveis fosseis, como carvão mineral, gás natural e petróleo. Signatário desse acordo, o Brasil comprometeu-se com metas de redução de 43% de emissão de gases de efeito estufa até o ano de 2030, aumentar o uso de energias renováveis e bioenergias, diminuir o desmatamento além de reflorestar e restaurar 12 milhões de hectares.
Considerada a commodity do futuro, as plantas de produção de hidrogênio verde começam a se espalhar em várias regiões do país formando verdadeiros HUBS de geração desse estratégico bem energético. Três no Nordeste, Camaçari BA, Suape PE, São Gonçalo do Amarante CE e uma, no Sudeste no Porto do Açu no Rio de Janeiro.
Dentre todos eles que já se encontram em estágios avançados destacam-se: o projeto da UNIGEL em Camaçari na Bahia, que recentemente anunciou para 2023 a inauguração, da maior fábrica geradora de hidrogênio verde do mundo com uma produção de 10 mil toneladas/ano com investimento na ordem de R$ 650 milhões gerando mais 500 empregos e a usina-piloto da EDG Brasil no Ceará que entra em operação até o fim desse ano gerando 22,5 kg de hidrogênio verde por hora com um investimento inicial de R$ 42 milhões que já nasce com uma missão audaciosa de substituir o carvão natural que abastece a Usina Termelétrica do Pécem. É o Nordeste inserindo o Brasil no mapa global da transição energética.
Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário com MBA em Gestão Estratégica de Negócios e membro da Academia Cajazeirense de Artes e Letras-ACAL.
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