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José Antonio

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O esgotamento sanitário em Cajazeiras

19/03/2021 às 09h40 • atualizado em 19/03/2021 às 10h09

Coluna de José Antônio

Por José Antônio

A maior obra dos governos de Ernani Sátiro e Ivan Bichara Sobreira, em Cajazeiras, foi o esgotamento sanitário. Um iniciou e o outro concluiu. Quem viu esta obra ser executada sentiu na pele o quanto foi sofrido e doloroso durante todo o seu caminhar. As ruas da cidade, principalmente as do centro, viraram verdadeiras crateras, muitas edificações, devido à necessidade de dinamitar as pedras para passarem os dutos, ficaram rachadas.

Ainda no governo de Cássio da Cunha Lima, foram feitas mais algumas ruas, ao sul da cidade e mais recentemente, na zona norte, por mais de uma vez os trabalhos foram iniciados, mas nunca concluídos, uma obra no valor de mais de 12 milhões de reais. Por onde anda este dinheiro?

Quando será que Cajazeiras vai ter este serviço à disposição de todos os seus habitantes? A cidade cresce e quanto mais cresce, mais aumenta o déficit de tratamento dos esgotos. Mas existem problemas mais graves: ainda temos esgoto a céu aberto em diversas ruas da periferia de nossa cidade, fato que faz com que o nosso IDH – Índice de Desenvolvimento Humano seja ainda muito baixo: 0,679.

Não tenho dados oficiais da quantidade de domicílios e ruas de Cajazeiras, cujos esgotos ainda não são coletados e tratados. Infelizmente, este é o tipo de obra que a muitos governantes não interessam, porque elas ficam enterradas, não dão visibilidade. É preciso ter muita sensibilidade e elevado espirito público para que estes agentes se interessem por elas.

Neste dia 22 de março se comemora o Dia Mundial da Água, o bem mais precioso da humanidade, dela depende o equilíbrio e o futuro de nosso planeta. Esta data foi criada pelo UNU e tem como intuito debater a importância da utilização sustentável do recurso natural mais importante para a humanidade. E nada mais apropriado do que discutir uso, tratamento e reaproveitamento da água no Brasil, país que, segundo dados de 2019 do SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, não trata esgoto de quase metade dos brasileiros e não atende com água potável 16,3% da população.

Repito: temos um caminho longo até a universalização dos serviços. São cerca de 40 milhões de brasileiros sem acesso à água tratada e quase 100 milhões que não contam com coleta de esgoto. Entre as consequências da falta de saneamento, além da contaminação de rios e praias, preocupa a disseminação de doenças de veiculação hídrica. Segundo dados do Painel Saneamento Brasil, do Instituto Trata Brasil, esse tipo de doença foi responsável pela internação de 233.880 pessoas em 2018. Do total, 2.180 perderam a vida.

As Regiões mais afetadas foram Norte e Nordeste, justamente as que registram os piores índices de saneamento no País. Na Região Norte, 43% da população não tem acesso à água tratada e 89,5% não tem coleta de esgoto. No Nordeste, os índices são, respectivamente, de 25,8% e 72%. Os números são alarmantes.

Estima-se que sejam necessários aportes de cerca de R$ 500 bilhões para que se atinja a universalização do sistema.

Pensa-se em entregar a solução deste problema à iniciativa privada. Será que vai dar certo?

E o Açude Grande de Cajazeiras, quando vai deixar de ser uma fossa a céu aberto?


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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