Minha mãe celebra 92 anos de vida
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Leopoldina de Brito Albuquerque, conhecida carinhosamente por Mãezinha, exatamente por ser considerada a mãe não somente de seus nove filhos, mas por ter “adotado” em sua casa mais uma dezena, além de continuar sendo uma grande mãe para muitos outros, debaixo do seu e em outros tetos.
O que um filho, primogênito, que ela mesma diz ser “filho de moça”, pode externar, neste dezessete de abril, o dia em que sua mãe celebra 92 anos de vida?
Filha da margem direita da Ribeira do Rio do Peixe, originária das famílias precursoras, do município de São João do Rio Peixe: Afonso de Carvalho, pela via materna, continua sendo o exemplo de mulher forte, guerreira, lutadora, sincera, corajosa, desbravadora e sempre com idéias, visões e posições além de seu tempo e que nunca estranhou e sempre se adaptou aos avanços e modernidades.
Fico a imaginar como foi a criação de minha mãe no seio de uma família de 17 irmãos, nos tempos em que se fazia necessário estar sempre migrando, para poder escapar e sobreviver das grandes secas, e o exemplo maior é o de que quase todos os seus irmãos nasceram em cidades diferentes da Paraíba, principalmente aonde existiam obras do DNOCS, órgão executor das construções de barragens do nordeste.
Fico a imaginar o quanto trabalhou para ajudar na criação e na educação dos seus nove filhos: foi costureira, foi comerciante e dona de casa, mas foi essencialmente uma mulher urbana, ao ponto de “impor” ao seu noivo e grande amor: “só me caso com você se for pra morar na rua” e meu pai que era e sempre foi, em essência, um homem eminentemente rural, não teve alternativa: estabeleceu-se no Distrito de Engenheiro Ávidos com uma pequena mercearia, mas se dividia entre o seu roçado e o balcão de sua bodega, que em suas ausências era ela que o substituía.
Tenho vagas lembranças do “ambiente” da bodega de meu pai, onde fui criado, e segundo eles e amigos que me conheceram nesta época, enquanto não aprendi a andar, dentro de uma “cuia de oito”, uma peça de madeira de oito litros para medir farinha, feijão e milho, em cima do balcão e todos os fregueses faziam questão de fazer mimos, beliscar e dar pesqueiros.
Como traduzir minha mãe com palavras, simplesmente com palavras o que sinto por ela:
Amor sem limites.
Para que eu possa adormecer, me abrace.
… me abençoe e me guarde.
… me afague em teu colo.
… me segura em teus braços de amor.
És minha inspiração!
Teus sábios conselhos iluminaram o meu caminho.
Conheces os meus sonhos.
Ouves minhas esperanças e meus silêncios.
És minha eterna namorada.
Mãe, eu te amo, não esqueça.
Feliz aniversário e que continues sendo o perfume de minha vida e quem sabe um dia me darás inspiração para que eu possa escrever tua linda e encantadora vida.
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