Mercado Público de Cajazeiras: um espaço subaproveitado
No ano de 1951, quando foi concluído o Mercado Público de Cajazeiras, considerada a maior obra do prefeito Arsênio Rolim Araruna, se constituiu, para a época, o que existia de mais moderno na cidade de Cajazeiras no setor comercial.
Inicialmente, muitas tarimbas comercializavam os produtos da terra, incluindo frutas e verduras e nos dias atuais predomina a venda de confecções e calçados.~
Passados 64 anos de sua inauguração o Mercado perdeu o seu charme e encanto e está precisando urgentemente de uma grande reforma, até porque pessoas entendidas no assunto afirmam que a sua coberta e estrutura já teriam perdido o prazo de validade e alguns comerciantes temem pelo desabamento de sua coberta.
Já existe um projeto e muitas já foram as promessas de sua execução, mas até então nada de concreto vem sendo vislumbrado.
O que se lamenta é o fato de que um espaço precioso e muito valorizado não tem recebido do poder público os devidos cuidados e não tem sido incluído como obra prioritária de governo.
Talvez, o governador Ricardo Coutinho, que na sua primeira gestão, patrocinou em várias cidades a revitalização destes espaços, quando de uma de suas visitas a cidade de Cajazeiras, pudesse conhecer o nosso mercado e tenho certeza que ele iria se interessar em executar esta obra que tem uma importância grande para os pequenos comerciantes e pela preservação de um dos mais antigos equipamentos e que faz parte de nossa história.
Este mercado sempre me trouxe belas recordações e com vínculos que simbolizam toda uma época áurea de nossa cidade, e ainda até porque meu pai fornecia banana maçã, trazida em lombo de burro de um pequeno sítio, nos Coxos de Cima, e sua principal cliente era Dona Conceição.
Tomei conhecimento, através dos comerciantes ali existentes, que existe um projeto já feito pela prefeitura municipal de Cajazeiras e que algumas reuniões já foram realizadas para debatê-lo, mas que o tempo vai passando, passando e até o momento nada de concreto existe.
Trecho de um discurso proferido por Alcides Carneiro, da Tribuna da Câmara Federal, sobre a seca.
“Senhor Presidente, Senhores deputados – Nesta hora, ao ocupar a tribuna para falar do sofrimento, para exprimir a revolta dos meus irmãos paraibanos, dos meus irmãos nordestinos, não vejo partido, nem chefe, nem correligionários, nem conveniências, nem compromissos; nesta hora, sou simplesmente representante de um povo que está morrendo de fome, de um povo que está em luta com um inimigo, indomável, um inimigo que ele não vê, a quem não pode combater, a quem não pode sequer odiar”.
“Impossível imaginar-se mais terrível drama, mais atroz desespero. Mas a dura realidade é que os filhos da raça antiga dos valentes, aqueles que expulsaram invasores, que dilataram fronteiras, que desbravaram infernos, enchem, hoje, no Nordeste, as estradas sem fim, a carregar restos de corpos para um fim bem próximo”.
“Cadáveres sem conta pontilham já as estradas empoeiradas e mostram os dentes ao sol num derradeiro protesto; e não lhes dão sequer uma cova por piedade, pois os que morrem de fome e de sede pouco têm o que enterrar, mesmo porque o coveiro piedoso é menos apressado do que o lobo voraz.”
“São homens que assim se extinguem tão cedo, porque nem tarde se lembraram deles; são crianças que, mal começam a viver, começam a morrer; velhos que, ao fim de tudo, um destino feroz lhes nega o último consolo: o consolo de morrer de velho.”
“Senhor Presidente, não merece o nome de brasileiro, nem a qualidade de cristão, quem pensar que há nesse quadro sinistro exagero ou fantasia.”
“Podeis crer, Senhores Deputados, como se estivésseis ouvindo os gemidos dos moribundos e os gritos dos desesperados. Crede que desgraçadamente nesta hora se está extinguindo, na pior das mortes, o cerne da nacionalidade”.
“Senhores Deputados: já é tempo de os nordestinos deixarem de pedir esmolas pelo amor de Deus! Então, o nosso amor não chegar para arrancar de tanto opróbrio e de tanta humilhação, para quebrar-lhes as cadeias forjadas em cem anos de submissão e conformismo? Se não chega, Senhores Deputados, então, somos nós, os seus representantes, que devemos ser condenados a morrer de fome – não eles!”
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