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José Antonio

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João Agripino e suas relações com Cajazeiras

29/03/2014 às 23h43

Até agora, dois eventos marcaram as comemorações do Centenário de Nascimento de João Agripino Filho, o “Mago de Catolé do Rocha”: um na cidade de João Pessoa e outro em Brasília. A cidade de Cajazeiras poderia também promover mais um, porque acredito ser ele merecedor, para se associar a estas festividades. A iniciativa deve ser da Câmara Municipal.
No ano de 1965 foi eleito governador do Estado com uma magra diferença de votos: apenas 2.970 e só a cidade de Cajazeiras lhe deu uma maioria de 3.083 votos: João tirou 5.470 e Rui 2.378. Foi esta maioria, partindo de Cajazeiras, que proporcionou a vitória a João Agripino.

Este fato foi amplamente divulgado e propalado em todo o Estado e o teria inspirado a chamar Cajazeiras de “minha noiva”. Não chegou a se casar com ela, mas a cobriu de presentes e o mais importante foi a construção do Colégio Estadual de Cajazeiras.

Muitos episódios com a marca de João Agripino marcaram no período de 1966/1971, a vida do povo de Cajazeiras: um deles foi a presença de Edme Tavares como subchefe da Casa Civil 1966/1968 e de 68/71 assumiu a titularidade, para daí sair candidato a deputado estadual, tendo sido eleito como o segundo mais votado do estado, mereceu a seguinte comentário de João Agripino: “eu pensei que Edme não tinha votos, mas foi uma surpresa”.

João Agripino, enquanto governador participou de todas as Semanas Universitárias realizadas pela AUC e era sempre o conferencista do encerramento e tinha um detalhe: participava do Baile no Tênis Clube, dançava e bebia a noite toda com sua amiga e conterrânea Maria Alice, que residia em Cajazeiras e no final saia em carreata, em cima do capuz de um jipe, com a orquestra tocando atrás. Amanhecia o dia bebendo café e fumando nos bares da Praça João Pessoa e abraçando o povo.

Ele tinha um carinho muito especial com os estudantes de Cajazeiras, ao ponto de citá-los como “meus meninos” e por diversas vezes recomendou a Edme para não “mexer com eles”.

Um dos seus grandes amigos, em Cajazeiras, era o médico Antonio Augusto Rolim Araruna, que era o diretor do Hospital, onde fazia questão de dormir, todas as vezes que vinha a Cajazeiras.

Certo dia, quando tomou conhecimento que um popular havia sido preso e posteriormente espancando por policiais, veio exclusivamente a Cajazeiras fazer uma visita ao mesmo que estava internado no Hospital Regional e deste episódio nem o juiz de direito escapou: foi punido e os policiais expulsos da corporação. O “Mago” abominava atos desta natureza e por toda a Paraíba, quanto isto ocorria, ele mesmo ficava a frente das ações de governo.

Foi com o apoio decisivo de João Agripino que tornou possível a contratação de vários professores, e dentre eles eu estou incluído, para a recém criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras. Lembro-me como se fosse hoje quando estivemos no Palácio da Redenção, juntamente com Padre Gualberto, para que os professores da FAFIC também tivessem um contrato para dar aulas no Colégio Estadual. Cada professor teve uma dupla contratação (dois t-20) e uma era descontada nos honorários que recebíamos pelas aulas dadas na faculdade. Foi desta maneira que vieram os professores do Ceará, Rio Grande do Norte e de outras cidades da Paraíba.

Neste encontro ele disse da sua alegria e de seu contentamento em poder ajudar e justificou: a formação de professores é uma necessidade premente e urgente para que tenhamos uma educação de qualidade em nosso estado. Passaram-se 43 anos.

Vi João Agripino dando bolsas de estudos a filhos de agricultores  nos Colégios Diocesano e Nossa Senhora de Lourdes, via jogo do bicho, com um simples bilhetinho: “Gino pagar as mensalidades deste jovem no colégio, até ele concluir os estudos”. Gino era o proprietário da banca de jogo do bicho da cidade. Era uma forma do “banqueiro” pagar os tributos do lucro sobre o jogo. Conheço diplomados graças a esta ação de João Agripino e a Paraíba inteira sabe o quanto ele defendia o jogo porque dele “dependia milhares de pessoas”. Ainda hoje é assim, mesmo sendo uma contravenção da lei.

Há um episódio entre meu pai e João Agripino, ocorrido na residência de Chico Rolim, quando era o prefeito da cidade, que deverei constar num livro que estou escrevendo sobre ele, que mostra a sagacidade política do Mago de Catolé.

Por estas e muitas outras ações administrativas em nossa cidade é que João Agripino é merecedor de nossa homenagem na passagem do centenário de seu nascimento. 

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Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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