Indignação
A comunidade sertaneja volta a se indignar com os dois fatos que aconteceram nos últimos dias, quando três jovens ficaram expostos no asfalto, por longas seis horas, depois de perderem suas vidas. O primeiro, com apenas 17 anos, foi brutalmente assassinado com tiros de revolver, vítima do grande envolvimento de nossa juventude com o mundo das drogas. Dois outros foram vitimas de acidente de trânsito, envolvendo um caminhão e uma motocicleta, na estrada que liga Cajazeiras a São José de Piranhas.
Porque o governo do estado tem sido mais do que eficiente em muitas áreas da administração, afeito a desafios e solucionando graves problemas e vem se engasgando um mosquito?
Talvez a eficiência administrativa deste governo não tenha alcançado os escalões da última cidade do estado, porque não se admite depois de se ouvir o clamor da família e do povo de Cajazeiras pelas emissoras de rádio da cidade e ainda repercutido em outros meios de comunicação, enquanto um corpo se decomponha ao sol, os responsáveis não tenham tido o cuidado e o zelo de mandar consertar o famoso “rabecão”.
Jaziam há horas no asfalto os corpos dos dois jovens funcionários federais e nada de solução para as suas retiradas, foi então, que as famílias indignadas, ameaçaram removê-los e diante e em meio à pressão também do povo, encontraram uma solução.
Para quem sobra este imenso desgaste? O povo se encarregou de indicar o nome: o governador do estado. Desde o caso que chocou toda esta região, conhecido como o “de Chico do posto de Gasolina” que o governador encaminhou algumas medidas, mas tudo leva a crer que os seus subordinados fizeram “ouvidor de mercador”.
Ricardo Coutinho é um homem de “decisão” e em muitas ocasiões é obstinadamente forte, não admite erros e muito menos que se deixe de cumprir o que é determinado por ele, mas infelizmente, com relação às medidas que envolvem esta área do seu governo, em nossa cidade, tem provocado sérios estragos em sua imagem.
A sociedade civil organizada de Cajazeiras há muitos anos luta e reluta para que seja construída uma unidade do Instituto de Medicina Legal, mas o clamor e o apelo, muitos deles feito pessoalmente ao mandatário do estado, ainda não faz parte das obras prioritárias do seu governo.
Foi então, que esta mesma sociedade, também indignada, a exemplos de outros momentos importantes da nossa história, resolveu pegar no “cabo da picareta” e começar a cavar os buracos, não para sepultar os nossos mortos, mas para dar vida aos sonhos do povo e erguer, como se fosse uma catedral, o Instituto de Medicina Legal.
Cajazeiras é uma cidade afeita a grandes desafios, a história nos mostra, foi assim para a construção do sistema de abastecimento d’água, para a implantação do sistema telefônico, para a chegada da luz de Paulo Afonso, sem esquecermos que foram os seus filhos mais ilustres que doaram ao governo do estado 27 hectares, 270.000 metros quadrados de área para a construção do aeroporto.
Ainda não será desta vez que a sociedade civil organizada de Cajazeiras vai se quedar ou cruzar os seus braços quando é para a defesa de suas grandes lutas e conquistas. Não importa se a caminhada será grandiosa, o mais importante é que os primeiros passos estão sendo dados. Avante!
Vale ressaltar que o povo desta cidade foi capaz de “resistir” mesmo tendo a sua frente batalhões armados de fuzis e carabinas, cujas balas cruzaram os nossos céus, matou seus filhos, mas de pé, no final, uma bandeira de esperança e paz tremulou nos corações de seu povo e de sua gente.
Basta de indignação e lutemos para que pelo menos na hora da nossa morte, sejamos tratados como cristãos.
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