“Imagina o Brasil ser dividido E o nordeste ficar independente”
A letra da música, cantada por Elba Ramalho, é um dos mais belos hinos sobre o Nordeste Brasileiro e retrata a pujança e garra deste povo, que ao longo do tempo sempre foi discriminado por uma grande parcela da população de outras regiões do país.
“Já que existe no sul esse conceito
Que o nordeste é ruim, seco e ingrato
Já que existe a separação de fato
É preciso torná-la de direito
Quando um dia qualquer isso for feito
Todos dois vão lucrar imensamente
Começando uma vida diferente
De que a gente até hoje tem vivido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente”
Em dezembro do ano passado os governadores do Nordeste se reuniram na capital do nosso estado, para debater sobre os problemas da região e no final construíram um documento denominado “Carta de João Pessoa”.
Os governadores ficaram aguardando uma oportunidade para entregá-lo nas mãos da presidente Dilma. Na última quarta-feira, dia 25, aconteceu um encontro dos governadores do Nordeste com a presidente Dilma e o apelo destes governantes é que se faça acontecer investimentos de vulto para que na realidade o tão almejado desenvolvimento da região passe a existir e que os grotões de miséria se acabem e que as respostas do governo possam ser também no sentido de dar o mínimo de comodidade e dignidade a uma grande parcela da população nordestina.
Nesta reunião os governadores defenderam: “acesso a financiamentos internos e externos, de acordo com a capacidade de endividamento de cada Estado, a continuidade de investimentos federais em andamento, com destaque para obras do PAC, do ‘Minha Casa, Minha Vida’, da Petrobras e em recursos hídricos e a intensificação de ações emergenciais de convivência com a seca como adutoras de engate, poços e carros pipas”
A hora de pedir teria sido esta, ou a intenção deste encontro foi meramente político? A crise nas entranhas do poder, em Brasília, não tem como dimensionar; e este afago de todos os governadores do Nordeste serviria tão somente para dizer: “presidenta, estamos aqui para defender o seu mandato”?
Neste mesmo dia, também em Brasília, a bancada paraibana no Congresso Nacional se reuniu com o secretário de Recursos Hídricos, Infraestrutura, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia da Paraíba, João Azevedo, e o secretário adjunto da Pasta, Deusdete Queiroga, para discutir projetos para o Estado. Entre os temas abordados estiveram as obras de recursos hídricos e o atraso nos repasses por parte do Governo Federal.
Ora, se os repasses por parte do governo federal estão atrasados para projetos já em execução, dá para imaginar a demora “das promessas” feitas no encontro da presidenta com os governadores. Mas é aquela velha história: “quem não pede Deus não escuta”.
Desta reunião da bancada federal da Paraíba, em Brasília, podemos tirar uma conclusão que os deputados federais criaram juízo, deixando de lado as questões político-partidárias e resolveram se unir em defesa do estado. Este é um fato louvável e merecedor de elogios. Mais válido ainda seria se juntassem todas as verbas a que têm direito e canalizassem para as obras estruturantes do estado e a miudeza ficasse a cargo dos prefeitos irem atrás nos ministérios de Brasília.
Resta-nos a esperança que em meio a este redemoinho possa “sobrar” algum recurso para nosso estado, mas é bom lembrar o último verso da letra de Elba Ramalho:
“Povo do meu Brasil
Políticos brasileiros
Não pensem que vocês nos enganam
Porque nosso povo não é besta”
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