Igreja é coisa séria
Igreja é coisa séria! Costumava dizer isto em Marizópolis, nos tempos em que era Administrador Paroquial. A Igreja é de origem divina, com o respaldo humano. Porque divina, não erra; porque humana, constituída de homens, susceptível aos mais variados erros. Se, por um lado, isto deve nos encher de orgulho (nossa Igreja é Santa e Imaculada, pois nasceu do coração de Deus), por outro, deve nos tornar humildes e convencidos de que, se não nos abrirmos às moções do Espírito Santo, podemos cair nos mais absurdos desvios. Eis a história a provar o que digo.
Como não há um mal que não traga um bem, a partir dos últimos episódios de Cajazeiras, quero aproveitar o artigo desta semana para refletir sobre o papel do bispo diocesano em sua diocese. Não pretendo alimentar uma polêmica estéril – e para mim absurda, que demonstra tão somente falta de fé e de aplicação prática – mas, esclarecer alguns pontos referentes à teologia do episcopado.
Em primeiro lugar, o termo episkopoV (episkopos) vem do grego e significa “inspetor”, “supervisor”; em outras palavras, aquele que vê de cima e, portanto, tem melhores condições de julgamento a respeito de determinada situação. Quando falo “bispo”, não me refiro àqueles senhores (às vezes semi-analfabetos), que decoram uma ou duas frazesinhas da bíblia, se autodenominam “bispos” e passam a “comandar” uma seita, para explorar a ingenuidade do povo. Refiro-me, sim, àquele que tem o mandato apostólico (ou bula papal, documento com o lacre e assinatura do Santo Padre, o bispo de Roma, apontando o portador como “sucessor dos apóstolos” numa jurisdição eclesiástica determinada). Quem quiser ver o mandado apostólico de D. José, nosso bispo, vá à cúria diocesana, na sala de visitas de sua residência; num grande quadro, todos podem conferir que “José Gonzalez Alonso” é realmente bispo e sucessor dos apóstolos na cidade e diocese de Cajazeiras, com o fim de apascentar o rebanho de Jesus. Daí se percebe que “José” não é bispo por conta própria, mas por mandato da Igreja que, no final é mandato de Jesus: “ide por todo mundo e pregai o Evangelho”.
Em segundo lugar, porque sucessor dos apóstolos, alguns poderes lhe são inerentes. Goza da “graça de estado”, ou seja, naquilo que faz é assistido pelo Espírito Santo. Pode errar, evidentemente, pois não é “infalível” (dogma reservado ao Sumo Pontífice, quando faz determinações doutrinais em matéria de fé ou de moral), mas tem a certeza de que seus atos, quando realizados em espírito de comunhão com a Igreja, naquilo que lhe compete e dentro dos parâmetros jurídico-canônicos, são certos.
Na sua diocese, “o bispo, sob a autoridade do Sumo Pontífice, como pastor próprio, ordinário e imediato, pastoreia as suas ovelhas em nome do Senhor, exercendo em favor das mesmas o cargo de ensinar, santificar e governar” (Concílio Vaticano II, Decreto Christus Dominus, sobre o múnus pastoral dos bispos na Igreja, nº 11).
Pastorear ovelhas que não são suas, mas de Cristo; ensinar a doutrina cristã sem erros nem devaneios, mas com exatidão, salvaguardando o depósito da fé que vem dos tempos dos apóstolos; santificar o povo, particularmente celebrando a divina liturgia e tutelando-a para que seja bem celebrada pelos seus imediatos; governar o povo de Deus, naquilo que diz respeito à salvação das almas. Portanto, nada mais natural para um bispo do que o remanejamento daqueles que são seus colaboradores mais próximos, os padres, tendo em vista as diversas necessidades e urgências de sua diocese.
Que bom que entendemos isso: estamos com D. José que, auxiliado pelo Santo Espírito de Deus (e não por outro motivo qualquer, muito menos político, conforme algumas “boquinhas sujas”), toma as decisões que julgar mais de acordo com a vontade de Deus e o bem do Seu povo; estamos com a Paróquia de São João Bosco e seus líderes pastorais que compreendem que a doação do seu membro mais ilustre (o seu pároco) para uma área de missão significa maturidade na fé e contribui para o crescimento da Igreja de Deus. E estamos com o Pe. Humberto para que exerça tão bem a sua missão em Paulista como o fez em São João Bosco. E assim, o Reino cresce, na comunhão, na participação e na recepção sadia e alegre das decisões dos seus pastores.
FORÇA, CORAGEM E OBEDIÊNCIA A TODOS!
E VIVA À SANTA MADRE IGREJA!
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário