Faz um Drex aí
Por Alexandre Costa – A princípio essa expressão pode soar estranha, mas em breve, com o lançamento do Drex (Digital Real Eletrônico) a nossa moeda digital, se prepare para vivenciar um processo de consolidação de uma revolução digital que o setor bancário está implantando no Brasil. Tudo começou acanhadamente com um acanhado sistema de pagamentos instantâneo (Pix) criado em 2020 que brasileiros viam com muita reserva e desconfiança que hoje redundou num sucesso estrondoso batendo recordes sucessivos de utilização chegando a registrar na primeira semana do corrente mês 142 milhões de transações em um único dia.
Tido como o primo do Pix, o Drex é uma CBDC (Central Bank Digital Currency em Inglês) que nada mais é uma moeda digital, uma espécie de representação digital do real físico, concebida e operada pelo Banco Central para ser utilizado por meio de tokens para ser utilizada nas transações financeiras como comprar ou vender um imóvel, automóveis, compra de títulos públicos, pagamento instantâneo, inclusive de benefícios sociais tudo isso dentro de um ambiente seguro, transparente e rápido.
Na realidade o que diferencia o Drex do Pix é que o Drex é o dinheiro digital, não é uma criptomoeda, representa uma versão eletrônica do papel-moeda, sendo o Pix apenas um meio de pagamento. Com uma relação para conversão de 01 Drex correspondendo a 1 Real, o usuário para utilizar o Drex terá que abrir e depositar em reais numa carteira virtual o montante que deseja após a conversão em moeda digital. Toda essa operação terá que ser custodiada por um agente financeiro credenciado pelo Banco Central, como um banco, cooperativa, fintechs, corretoras ou qualquer outra instituição financeira sob a supervisão da autoridade monetária (Banco Central) que é o grande mentor e fiador dessa nova moeda.
A implantação do Drex, além de revolucionar o sistema bancário permitirá a introdução de duas grandes inovações no mundo dos serviços financeiros: o dinheiro programável e os contratos inteligentes. O dinheiro programável visa para pagamentos de gastos direcionados, vem com uma verdadeira mão na roda para zelosos pais de adolescentes onde a mesada em Drex já vem carimbada especificando os tipos de gastos como cinema, teatro ou qualquer sadia atividade cultural, ou de lazer e para as empresas nos pagamentos de benefícios trabalhistas como vale-refeição, combustível, créditos de telefonia. Já os contratos inteligentes derivam do conceito da programabilidade do dinheiro para pagamentos via transações financeiras sem interferência humana apenas vinculada a certas condições previamente acordadas pelas partes envolvidas.
Em estudo pelo BC desde 2020, o Drex ainda se encontra em fase de testes avançados com uma previsão de chegar ao consumidor entre o fim de 2024 e no início de 2025. A expertise do BC na implantação do Pix credencia a instituição para o sucesso da nossa moeda digital. Quem apostou que o Pix não prosperava perdeu, e se continuar a não apostar no Drex vai perder de novo.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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