Doação ao Instituto Federal da Paraíba
O Instituto Federal da Paraíba receberá neste semestre a escritura pública de um terreno destinado à implantação do futuro Centro de Tecnologia do IFPB, campus de Cajazeiras. A área a ser doada, de 40.000 metros quadrados, fica à margem da BR 230, zona leste, vizinha ao Parque de Exposição Antônio Cartaxo Rolim. Área que se desenha nobre neste começo de século 21, totalmente diferente da que foi sendo construída ao longo de décadas, embora guarde lamentável característica: ausência de Plano Diretor. E isso é terrível para a expansão urbana. A proliferação de loteamentos mal planejados está comprometendo o futuro de Cajazeiras. Por enquanto, o poder público mantém-se ausente, preocupado com outros interesses. Interesses imediatistas, mais rentáveis do ponto de vista dos votos a amealhar na próxima eleição. Sempre no horizonte da próxima eleição! Não pense o leitor que me refiro apenas à prefeita Denise Oliveira. Basta lembrar que o último Plano Diretor de verdade foi elaborado em 1978, quando Ivan Bichara era governador da Paraíba!
A iniciativa da doação partiu de empresários cajazeirenses, estimulada pelo irrequieto e dinâmico Alexandre Costa, desiludido com promessas do governo nestes cinco ou seis anos de articulações coletivas, nas quais o Movimento dos Amigos de Cajazeiras (MAC) se fez presente. Cansado de esperar pelo poder público, Alex decidiu agir. O governo do município não parece ter visão estratégica. Prefere operar na linha feijão com arroz, indiferente aos grandes gargalos que dificultam o desenvolvimento da cidade em bases sadias. E o pior, alheio ao fato mais relevante de nossos dias: a transformação de Cajazeiras em cidade universitária. Fato real, impactante, que deveria desencadear uma série de intervenções do setor público estadual e do município.
O terreno da antiga Escola Técnica, que há 20 anos parecia grande, ficou pequeno. Naquela época ninguém profetizou que o futuro CEFET seria engolido pela extraordinária expansão urbana de Cajazeiras. E hoje? Somos uma cidade de estudantes. Do ensino público e do ensino privado, no rastro das mudanças em curso operadas no Brasil. Isso todo mundo sabe. No entanto, nem todos compreendem essa realidade nova. Alex Costa está entre os que assimilaram o novo tempo. E atua com visão de futuro.
Há quem apequene a atitude do filho de Tota Assis. Quem enquadre seu gesto na esteira do interesse comercial puro e simples, escondido na escritura pública de quatro hectares de chão a transferir ao IFPB. Diante de atitudes assim, não falta o eterno espírito de porco para alardear ser a doação do terreno um golpe de esperteza, para valorizar os empreendimentos imobiliários de Alex, seus sócios e vizinhos. E daí? E isso é pecado?
O importante é o resultado concreto da ação, a expansão do ensino superior em bases sólidas, em novo local, dada a impossibilidade de ampliar-se fisicamente no Jardim Oásis, onde já funcionam os cursos do antigo CEFET. O gesto de Alex Costa ficará para sempre. Os espíritos de porco, como os cães da caravana, arrastam-se, trôpegos, à margem da história. Deles, sequer se ouvirá o latido.
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