Crise hídrica e soluções para a chegada da transposição
A seca não é uma mera ameaça para o povo nordestino. Tem sido, ao longo de nossa história, uma certeza! Uma realidade cíclica secular, que resseca nossa capacidade de crescimento e esturrica nossos sonhos.
O atual ciclo de estiagem – que avança sem trégua para o quinto ano consecutivo – secou nossos pastos e lavouras. E, em muitas regiões, tem secado até nossos copos.
A única coisa que nos mantém de pé é a nossa fé.
E foi munido de boa dose de fervor que bati recentemente na porta do ministro Helder Barbalho, titular da Integração Nacional.
Ouvi dele boas novas. As obras do eixo leste, por exemplo, estarão fisicamente concluídas até dezembro.
Já o eixo norte anda mais lentamente. Problemas técnicos com a empreiteira Mendes Júnior colocaram um freio nas obras e obrigaram a abertura de nova concorrência para sua conclusão.
Só após o desfecho burocrático é que será retomada a construção do canal e da adutora de engate rápido.
Acompanhando toda aquela explanação dada pelo ministro, insisti na única pergunta que realmente importa aos paraibanos, especialmente os que convivem, na Borborema, com o sofrido cenário de colapso hídrico:
– Quando, afinal, teremos água nas torneiras de Campina Grande e região?
A resposta que ouvi é alentadora. Pelos cálculos do ministro, as águas da transposição estarão disponíveis a partir de março ou, mais tardar, em abril de 2017.
Além do desembaraço administrativo para construção de canal e adutora de engate rápido, temos ainda pela frente o saneamento das cidades.
Na Paraíba, as bacias receptoras passarão por 55 dos 170 municípios atendidos pela integração do São Francisco.
O trabalho é grande, o tempo é curto.
E estas obras precisam andar no mesmo ritmo – uma velocidade, claro, ditada pelo desembolso dos recursos federais.
Segundo o ministro, esta celeridade vem ocorrendo. Pelos seus cálculos, os repasses triplicaram em relação ao governo anterior. Mantendo o ritmo, Helder Barbalho acredita que as obras complementares estarão concluídas quando, enfim, a água chegar.
Teremos, a partir daí, concretizado o sonho de perenidade há tanto tempo adiado, permitindo um abastecimento seguro para uma população que, em 2025, estará na casa dos dois e meio milhões de habitantes.
Com o equacionamento da questão hídrica, além de matar a sede da população e dos animais, será possível o reordenamento econômico do setor produtivo paraibano.
Os pequenos produtores terão acesso garantido à oferta de água e com isso poderão incrementar a produção de alimentos e a produtividade de suas lavouras.
O benefício econômico – elevação do emprego e da renda – será inegável e virá atrelado às conquistas sociais que determinam a qualidade de vida e o bem-estar da população.
Novos empreendimentos que hoje sofrem restrições objetivas por demandarem acesso regular e abundante de água deverão surgir a partir da transposição.
E serão determinantes, certamente, para redesenhar a geografia econômica do Estado, inserindo a Paraíba num ansiado círculo virtuoso de crescimento da riqueza a ser compartilhada, democraticamente, por todos os cidadãos paraibanos.
Gente que, como eu, não desiste nunca desse sublime torrão.
E que se ampara na fé – agora renovada – para sobreviver a todas essas seculares provações.
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