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Renato Abrantes

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Coração de Deus, coração de mãe

18/02/2008 às 00h00

O que esperar de um coração de mãe? Certamente muito amor.

Contam os anais da “estória” que um rapaz muito bom casou-se com uma moça bastante ciumenta. Ela fazia de tudo para fiscalizar a vida do rapaz e implicava com ele, mesmo quando ia visitar a sua mãe, a quem queria muito bem. A velhinha demonstrava muito amor para com o seu filho, o seu único filho.

Contudo, a esposa, receosa de perder o amor do esposo, determinou que somente continuaria o casamento se ele trouxesse o coração da sua mãe. O pobre rapaz, desolado, por querer bem tanto à mãe quanto à esposa, decidiu cumprir aquela descabida exigência. Num ato impiedoso, o rapaz dirigiu-se à casa da velha mãe e, num gesto insano, assassinou-a e arrancou-lhe o coração. Tremendo diante de tão macabra cena, o jovem correu para casa, com o coração da mãe na mão, a fim de entregar-lo à maquiavélica esposa.

No caminho, correndo como podia, o jovem tropeçou, caiu e machucou-se violentamente. Meio desacordado e sozinho, ouviu uma voz:
– Você está bem, meu filho, fale comigo, você está bem? Você se machucou?

A voz vinha do coração ensangüentado da mãe que, mesmo agredido daquela forma, ainda exalava amor pelo filho assassino. O jovem, muito machucado, compreendeu que nem mesmo os maiores crimes que se cometam contra quem nos ama de verdade são capazes de destruir o amor, se este amor for verdadeiro. Ele não sobreviveu, morreu! Mas, morreu certo de ser amado e também perdoado.

O amor verdadeiro supera qualquer tipo de barreira, seja espaço, seja temporal. O amor do coração daquela mãe, assassinada pelo próprio filho, trás à mente o amor de Deus pela sua criação. “Tanto Deus amou o mundo que enviou seu próprio Filho” para morrer por nós. O coração daquela mãe é como o coração de Deus.

Ele nos ama com um amor infinito, capaz de entregar-se à morte por cada um de nós. Assim como fez Deus, também nós deveríamos fazer uns com os outros, pois “prova de amor maior não há do que dar a vida pelo irmão”.

Estamos vivendo tempo privilegiado para tais reflexões, a quaresma. Certamente o amor de Deus é infinitamente maior do que o amor do coração daquela mãe morta pelo filho, que não apenas amou, mas também perdoou.

Como Ele nos amou e perdoou, também nós deveríamos amar-nos e perdoar-nos. Aí está a Campanha da Fraternidade com seu urgente apelo à defesa daqueles que mais precisam do nosso amor, daqueles que precisam da manutenção e preservação de suas vidas, em qualquer estágio que for, seja no útero materno, seja numa situação extrema, num leito de hospital.
Amemos! Optemos pela vida!

NÃO À LEGALIZAÇÃO/DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO!
Que o coração de ninguém seja arrancado!


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

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