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Alexandre Costa

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Como o ativismo judicial afeta o desenvolvimento

28/04/2021 às 14h50 • atualizado em 28/04/2021 às 14h53

Como o ativismo judicial afeta o desenvolvimento

Por Alexandre José Cartaxo da Costa

Pratica recorrente em regimes democráticos, caracterizados por um poder executivo fraco e um legislativo subserviente, o ativismo judicial avança desenfreado no Brasil numa escala sem precedentes na história recente da redemocratização do país.

Classificado pelos operadores do direito como um fenômeno jurídico, que surgiu após a Constituição de 1988, onde o Poder Judiciário atua de maneira proativa interferindo nas decisões dos demais poderes da República, o ativismo judicial leva a alguns magistrados a atuarem de forma expansiva e em vários casos extrapolando os limites de suas competências criando a figura esdruxula do juiz legislador.

Recentemente, dois casos emblemáticos atestaram o avanço desta nefasta pratica do Judiciário que atrapalham o desenvolvimento do país: A decisão do STF-Supremo Tribunal Federal suspendendo a execução da Ferrogrão e a exclusão do aeroporto de Manaus do leilão de concessão, já realizado na semana passada, por uma decisão do STJ-Supremo Tribunal de Justiça.

A Ferrogrão, denominação dada a ferrovia (EF-170), que vai ligar Sinop no Mato Grosso ao porto de Miritituba no Pará, é considerada uma obra estratégica do Ministério da Infraestrutura que além simbolizar a volta do Brasil em investir pesado em ferrovias, visa consolidar através dos seus 933 km um novo corredor de exportação pelo, o arco norte para escoar a produção de grãos do centro oeste numa conexão do Mato Grosso e do Brasil com o mundo.

Motivada por uma ADI-Ação Direta de Inconstitucionalidade promovida pelo, o PSOL-Partido Socialismo e Liberdade que questiona a supressão de 0,054% da área do Parque Nacional do Jamanxim (PA), por onde a ferrovia atravessa, o ministro do STF, Alexandre de Moraes concedeu uma liminar suspendendo a eficácia da lei 13.452/2017 e de todos os estudos da obra.

Duas semanas após 6.ª rodada de concessão de aeroportos uma decisão judicial inusitada abalou especialistas do setor. O presidente do STJ-Supremo Tribunal de justiça, ministro Humberto Martins, voltou atrás numa decisão anterior e retirou o aeroporto de Manaus da relação de terminais já leiloados no início deste mês inviabilizando todo o bloco norte composto por 07 aeroportos.

Estes dois casos, denotam claramente o ambiente de insegurança jurídica que atravessamos provocado pelo, o vai e vem nas decisões judiciais e pelo ativismo judiciário exacerbado contaminado pelo viés político que toma para si atribuições que poderiam ser exercidas por órgãos competentes da administração pública federal.

Cajazeiras, abril de 2021


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

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