Brasil ruim de negócio
Por Alexandre Costa
Aqui no Sertão impera uma máxima no meio empresarial que vaticina a postura de alguns empreendedores com perfil de difícil trato, careiro, complicado e pouco afeito a fazer concessões: “Eita cabra ruim de negócio”. Estava selada para sempre, uma imagem negativa daquele “empresário” que dali para frente inibia e dificultava suas transações comerciais chegando até mesmo ser defenestrado do mercado.
Dentro de uma visão macroeconômica ocorre com os países, exatamente a mesma coisa que acontece com aquele sujeito “ruim de negócio”. Um país com uma tributação abusiva, burocracia excessiva, mão de obra pouco qualificada, infraestrutura defasada, insegurança jurídica, baixa competitividade se transforma em um pária na comunidade econômica internacional. Coincidentemente foram também todos esses indicadores nefastos que tornaram o Brasil um péssimo país para fazer negócio além de gerar e alimentar um gigantesco e insaciável monstro, especialista em quebrar empresas chamado de Custo Brasil.
Um ranking do Banco Mundial denominado Doing Business que mensura a qualidade do ambiente de realizar negócios, denota claramente o tamanho do estrago que o famigerado Custo Brasil causa na economia do país travando seu crescimento, dos 190 países listados, no ano de 2019, o Brasil figura na vergonhosa 124 posição.
São práticas indecentes típicas de países ruins de negócios, que barram a competitividade, inibindo investimentos no mercado, atrapalhando o crescimento do país. Estudo do Ministério da Economia em parceria o Movimento Brasil Competitivo (MBC) estimou em 2019, que o Custo Brasil gira em 22% do PIB algo em torno de R$ 1,5 trilhão ao ano.
Vivemos um verdadeiro Manicômio Tributário (texto desse autor outubro/20) submetido a uma carga de impostos escorchantes, num cipoal de 32 mil normas tributarias federais editadas desde a constituição de 1988 até 2020, que nos fazem sucumbir dentro de uma burocracia infernal que consome de uma empresa 1500 horas por ano somente para preparar, declarar e pagar impostos. Ufa! Empreender no Brasil não é coisa para amador.
Afinal, existe saída para essa enrascada em que se meteu o Brasil? Eu diria sim. E essa saída vai ocorrer, aliás, já está ocorrendo “de fora para dentro” por uma exigência inegociável da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que impõe como clausula de barreira à entrada do Brasil nessa organização, mundialmente conhecida como o Clube dos Ricos (Texto desse autor fevereiro/22) que congrega os 38 países mais ricos do mundo, o desmonte do Custo Brasil.
Resumo: Ou o Brasil se torna um país decente com práticas que fomentem um bom ambiente para fazer negócios atraindo maciços investimentos, ou jamais passaremos da antessala da OCDE, continuaremos sendo visto pelo mundo como um país atrasado, ruim de fazer negócios.
Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário com MBA em Gestão Estratégica de Negócios e membro da Academia Cajazeirense de Artes e Letras-ACAL.
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