Biblioteca Municipal: sala de visita de Cajazeiras
Por José Antonio
A biblioteca Castro Pinto é a instituição cultural mais antiga de Cajazeiras, embora já existisse desde 1914, segundo um artigo publicado no jornal “Estado Novo”, editado nesta cidade, na sua edição de número 2, de 22 de outubro de 1939, a ideia de criação de uma biblioteca pública, conforme o articulista Antonio José de Sousa escreveu: “Há quinze anos que um jovem estudante, filho da terra, simples aluno do curso seriado, já alimentava a ideia da criação nesta cidade de uma Biblioteca Pública. Isto não deixava de ser uma revelação nascida espontaneamente do seu grande amor à terra natal demonstrando seu desejo de ver Cajazeiras em destacado grau de elevação cultural”.
O artigo do Mestre-Escola Antonio de Sousa é longo e detalha fatos e cobranças às autoridades de Cajazeiras para a necessidade da criação de uma biblioteca: “Nós que tomamos a iniciativa de enumerar os problemas de Cajazeiras fazendo apreciações práticas em torno de cada um, pretendemos reavivar essa ideia digna e justa de um dos filhos ilustres de Cajazeiras, rogamos ao ilustre e abnegado governador do município que faça incluir no seu vasto programa administrativo a solução desse problema que é um dos mais importantes de que já nos ocupamos.
O Senhor Prefeito (Celso Matos Rolim – 1937-1940) moço culto e de elevado senso prático, há de convir conosco de que a criação de uma biblioteca pública em nossa cidade é um cousa de grande alcance litero-educativo”
Os anseios de 1914, do jovem estudante, tiveram uma semente na biblioteca dos comerciários e com mais vigor em 1940, quando o grande progressista bispo da diocese de Cajazeiras, Dom João Mata, com a colaboração dos poderes públicos do município, resolveu criar uma biblioteca pública, sob os auspícios da Ação Católica, que já dispunha de um amplo salão para instalá-la. E a imprensa da época assim se reportava: “estamos prontos para aplaudir todas as iniciativas que venham enobrecer a terra do Padre Rolim, de já hipotecamos o nosso apoio a esse grande empreendimento, que muito dirá do grau de nossa cultura e de nossa civilização”.
Mas foi em 1945, quando era prefeito, nomeado, Heronides Ramos (1944 a 1945), que por decreto criou a biblioteca, mas que só foi instalada e inaugurada pelo prefeito Manoel Lacerda, no ano de 1946, quando exerceu o poder público municipal no período de fevereiro de 1946 a fevereiro de 1947. A biblioteca não tinha sede própria. Até 1975, funcionava no andar térreo da atual prefeitura em situação precaríssima.
Foi no governo do prefeito Antonio Quirino de Moura (31.01.1973 a 31.01.1977), que a Biblioteca Castro Pinto ganhou a sua sede. E quando da mudança do local, queriam também mudar o nome: de Castro Pinto para Cristiano Cartaxo, mas não foi aceito pela Câmara Municipal, pelo fato da Biblioteca, além outros de muita relevância histórica, já ter seu registro nacional com o nome deste ilustre paraibano, João Pereira de Castro Pinto, que nasceu em 3.11.1863, em Mamanguape, na Paraíba e faleceu em 11.7.1944.
Hoje, no governo do prefeito Zé Aldemir, em conjunto com as secretarias de Educação (Socorro Delfino) e Cultura (Ubiratan de Assis) a biblioteca está passando por uma grande reforma e com certeza, ao ser entregue até o final do ano, ela se agiganta cada vez mais no símbolo maior de nossa cultura e a sala de visita de Cajazeiras e será sempre lembrada através das palavras de José Américo de Almeida ao visitá-la: “é nesta casa que se respira melhor esta cidade”.
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