As origens de Engenheiro Ávidos: Meu doce pedaço de chão (I)
Por José Antônio
Visitante, bem-vindo seja a esta terra!
Terra que me serviu de berço e embalado pelo ronco da cachoeira e ao som das ondas das águas que brigavam com suas ribanceiras.
O meu boqueirão foi fechado para aprisionar as águas nascidas na Serra do Bongá, para formar um grande açude.
O açude que deu origem a Vila e suas águas aprisionadas, quando libertadas, vão dar nas praias de Macau, no Rio Grande do Norte, depois de se abraçarem com as águas do Rio do Peixe e Piancó.
Como se formou o nosso querido Distrito?
Em 1845, um senhor conhecido apenas por Gregori, de Milagres, Ceará, vítima da grande seca deste ano, para salvar a sua criação, margeou o rio, abundante em poços, e resolveu trazer a família e o rebanho e se estabeleceu onde hoje tem o nome de Sítio Barreiros e dois quilômetros ao leste depois da rampa que tem o nome de Ladeira do Espigão e construiu um cercado com cinco tarefas para rebanhar o gado, cujo local ficou conhecido para sempre como Curral Velho.
Bem próxima à vila, numa extensão de cinco quilômetros ao Leste era próprio para a pastagem do gado e dos animais e próximo à margem do rio, onde existiam árvores frondosas como juazeiros, oiticicas e outras cujas sombras eram os abrigos preferidos pelo gado para malhar e ruminar, daí recebeu a denominação de Malhada Grande, nome até hoje preservado.
O Senhor Gregori ficou predominando desde os Barreiros até Malhada Grande, mas morava nos Barreiros e mantinha um comércio grosseiro que vendia fumo, cachaça e cereais.
Entre as décadas de 1870 e 1880, surgiram novos habitantes: José Couras, casado com Dona Úrsula e uma irmã de Zé Couras por nome de Zefinha, casada com Miguel Pedro, que se estabeleceram no Sítio Cajazeiras Velha e Zé Couras se localizou, por orientação de Gregori, na Malhada Grande.
Ao Oeste de Malhada Grande já havia um proprietário por nome Manoel Barbosa, cujas terras também foram batizadas de Malhada Grande.
Com o passar do tempo, Gregori enviuvou e já velho resolveu vender a grande área de sua propriedade, dividindo-a em três: Malhada Grande vendeu a Zé Couras, outra parte a Olinto Rolim e outra a Manoel Bezerra e voltou para Milagres no Ceará.
Zé Couras é considerado um dos fundadores do Distrito e de seu casamento, duas filhas se casaram com dois irmãos: José Afonso de Carvalho e Manoel Afonso de Carvalho, conhecidos como Zé Senhor e Manoel Senhor e que vieram morar em Malhada Grande e outra filha, Maria que era a caçula, se casou Manoel Dias da Silva.
Do casamento de Maria com Manoel Dias, que se tornou próspero comerciante e pecuarista, nasceram os seguintes filhos: José Dias da Silva, que foi também um exitoso comerciante e pecuarista, Antonio Dias da Silva que foi vice-prefeito de Cajazeiras, vereador e Tabelião do Distrito, Doralice, conhecida por Dora que se casou com Chico Lima (era meu padrinho de fogueira) que também foi comerciante em Boqueirão, Francisca que se formou em magistério e casou-se com Antonio Feitosa, cearense e Lourival (Louro) que foi embora para São Paulo.
Em 1933, Manoel Dias ficou viúvo e casou-se em segundas núpcias com Genelice, da família Lira Braga do Sítio Águas Belas, município de Nazarezinho e deste matrimonio nasceram Margarida, casada com Dedé Aristides, Francisco Dias (Tim) e Assis Dias, in memorian.
Em 1925, José Maria da Silva, irmão de Manoel Dias, casou-se com Filomena, uma neta de Zé Couras, filha de Manoel Senhor e residiram em Boqueirão até o fim da vida. Desta união nasceram nove filhos e seis se formaram. Voltaremos a escrever sobre esta família, que faz parte da minha, via Filomena, que era muito parecida com minha avó materna Benvinda.
Couras, Dias, Afonso de Carvalho e Barbosa são as famílias consideradas como fundadoras do Distrito e que deram origem a população de Boqueirão de Piranhas.
Voltaremos a escrever sobre Engenheiro Ávidos, principalmente sobre o seu Centenário, cujos documentos, por mais pesquisas que tenho feito, não consegui encontrar, fato que me deixa bastante preocupado.
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