As Normas do Chão
Por Padre Renato
Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão
Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel
Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão
Milton Nascimento e Chico Buarque compuseram música e letra acima transcrita, certamente imaginavam no poder de criação dos profissionais que se dedicam a aprimorar e manejar as normas que fazem com que o chão produza mais e mais, para matar a fome do homem, os agrônomos.
Do latim, ager, agri (campo), e do grego, nômos (normas), a agronomia é a ciência que se volta para as normas que regem o campo e o agrônomo é o cientista que estuda estas normas. A finalidade não poderia ser mais nobre e está descrita no parágrafo acima.
Numa época em que o malthusianismo está completamente desmoralizado, pois o planeta tem, sim, condições de produzir alimentos para a população, nos voltamos para países guerreiros como os Estados Unidos que, apenas para dar conhecimento, com o gasto de um dia em armamentos, poderiam saciar a fome dos famintos do mundo por quatro dias.
Que Deus faça surgir homens e mulheres comprometidos com esta causa. O chão é de todos e para todos dá de seus frutos. O conhecimento e a técnica, fruto da razão humana, e dom de Deus aos homens, aplicados aos labores agrários podem fazer com que o mundo se renove.
Eis os homens que afagam a terra e dela conhecem os seus desejos para, no tempo propício, fecundar o chão.
Eis os homens que da cana recolhem a garapa, roubando a doçura do mel e com ele festejando até se lambuzar.
Eis os homens que debulham o trigo, não deixando que nada dele se perca, extraindo daí um verdadeiro milagre, a fartura do pão.
Parabéns, senhores e senhoras agrônomos!
Somos gratos pela dedicação em ir adiante no conhecimento técnico das formas de o chão produzir mais para que menos tenham fome.
Parabéns, Edson Moreira de Abrantes, meu irmão, recém formado em Ciências Agrárias pela Universidade Federal da Paraíba. Cinco anos de labor, em que a paciência foi o seu pão e a esperança foi o seu norte. Força e coragem. Olhos abertos para o horizonte que agora se abre, coração sensível para os que necessitam de seus conhecimentos.
Orgulho-me de você.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário