Antonio Quirino de Moura: o vaqueiro dos prados do Sertão
Com braço firme e laço forte o vaqueiro Quirino cavalga em seu alazão, pelos prados áridos do sertão, com seus oitenta anos de vida, como se criança fosse e com amor no coração.
Foi com esta disposição de vaqueiro sertanejo, afeito às lutas de gado, que migrou do Sitio Melancias, no município de Santa Helena, para os bancos das Universidades de Pernambuco, pelas mãos benditas dos padres Salesianos e tornou-se advogado e professor.
Em Cajazeiras, no final da década de 60, iniciou a sua vida profissional e foi o primeiro professor licenciado em Língua Portuguesa a dar aulas em nossa cidade e logo foi nomeado diretor do Colégio Estadual Crispim Coelho, onde fez uma profícua administração.
E foi deste educandário que se projetou para a política, quando da impugnação de Dr. Higino Pires Ferreira, como candidato a prefeito de Cajazeiras, o seu nome apareceu quase como única alternativa como filiado da ARENA, para concorrer ao pleito.
Numa das mais empolgantes campanhas, já vivida pelo povo de Cajazeiras, Quirino teve como concorrente principal o também bacharel João Bosco Braga Barreto, líder carismático, com grande experiência adquirida nos movimentos estudantis em Recife, aplicou-a na sua campanha e atraiu para si o povão, a “frasqueira” de Otacílio Jurema.
As oposições apresentaram dois nomes para concorrer com Quirino, já que pela legislação eleitoral da época, se permitia somar os votos da mesma sigla partidária, então, ao MDB de Bosco foram somados os votos do MDB 1 do outro candidato Acácio Braga Rolim.
O resultado da eleição foi surpreendente: Quirino, que teve como vice João Rodrigues Alves obteve 5.696 votos; Bosco e o seu vice Francisco de Assis Coelho tiraram 4.256 e Acácio e seu vice Afonso de Oliveira Lira (esposo de Anita Caetano que já tinha sido vereadora em Cajazeiras) obtiveram 1.185 votos. No final Quirino foi eleito com apenas 255 votos, num eleitorado de 15.355 eleitores. 3.969 deixaram de comparecer e atingiu 25,8% de abstenção.
O mandato de Quirino foi de 31 de janeiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977 e fez uma grande administração e ainda hoje é considerado como um dos maiores prefeitos da História Política de nosso município.
Desde o ano de 1945 a cidade tinha uma biblioteca, criada pelo prefeito Heronides Ramos e instalada e inaugurada pelo prefeito Manoel Lacerda em 1946 e que recebera o nome de Castro Pinto e que há algum tempo não estava funcionando e no dia nove de julho de 1974, Quirino inaugurou a sua mais importante obra: a nova biblioteca de Cajazeiras, a casa de cultura que faltava a cidade.
Quirino, devido a sua formação Salesiana, foi um prefeito “musical” e que deu ênfase a formação de novos músicos e dando a Escola uma nova sede e projetou a cidade de Cajazeiras através da Banda de Música Santa Cecília, a quem deu total apoio.
As suas ações administrativas o projetaram no estado, fato que lhe proporcionou ser conduzido por três vezes a Assembléia Legislativa do Estado e ainda vice-prefeito de Zerinho Rodrigues e secretário de estado.
Foi mais do que justa a homenagem que prestou a Câmara Municipal de Cajazeiras, neste último dia 12 de abril, quando lhe outorgou o Titulo de Cidadão Benemérito e ainda a Medalha João Bosco Braga Barreto, numa bela e emocionante Sessão Solene, realizada no auditório da FAFIC, depois de uma missa celebrada no Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora.
Homenagens quando feitas em vida têm um sabor todo especial para quem as recebe e toca profundamente o coração, além de sublimar o mais nobre do sentimento humano que é a gratidão.
Quirino em seu cavalo alazão vagueia faceiro pelo sertão, em busca de novas conquistas e afeito a novas ações.
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