Antonio Gonçalves Neto: um construtor da Educação
Por José Antonio
Faleceu neste último dia 03, aos 68 anos de idade, o professor Antonio Gonçalves Neto, para os mais íntimos: simplesmente Toinho.
O conheci entre as paredes da FAFIC, que funcionava na Rua Padre Rolim: eu como professor de História, ele como secretário da instituição, e era diretor (1969/1979), padre Luís Gualberto de Andrade, que ao lado dele tinha ainda o datilógrafo Francisco Valdeberto de Lira e o tesoureiro Dulcílio Elias Ramos.
Eram os “garotos de ouro” do padre Gualberto. Toinho era o responsável por toda a correspondência da Fafic, até mesmo as confidenciais e primava pela sua apresentação, principalmente depois que padre Gualberto comprou a primeira máquina de datilografia elétrica para a instituição. Foi um dia de festa. O diretor, nem o secretario permitiam erros de língua portuguesa e muito menos letra rebatida.
Os três garotos de ouro concluíram seus cursos na FAFIC e no dia 1º de agosto de 1979, padre Gualberto os levou consigo para a Universidade Federal da Paraíba, CAMPUS V, desta vez, como professores, onde trabalharam por décadas, até se aposentarem.
Mesmo com o titulo de professor, tanto Toinho, quanto Dulcílio continuaram assessorando o padre Gualberto em seu pequeno período de diretor do CAMPUS V. Com a renúncia dele eu assumi a direção pro-tempore, para em seguida ser eleito diretor e passei mais quatro anos dirigindo o CFP.
Foi a partir de então que passei a conviver diariamente com o professor Toinho, conhecendo a sua capacidade, inteligência, prudência, sensatez, de saber ouvir, de encaminhar soluções e principalmente devido uma velha amizade alicerçada nas salas da FAFIC, o nomeie secretário do Campus e Dulcílio Elias para o Departamento de Pessoal.
Toinho foi o responsável pela elaboração de um documentário sobre a nossa gestão (1981/1984), quando era Reitor da UFPB, o professor Berilo Borba. Este documento mostra o grande crescimento do CAMPUS V, em número de professores, funcionários, espaço físico e da biblioteca. Foram quatro anos de muitas dificuldades financeiras, greves e de falta de água para manter o campus. Mas juntos, vencemos as barreiras e consolidamos o CFP e Toinho era o meu escudeiro, amigo, conselheiro.
Com conhecimentos profundos do CAMPUS V, depois de passar pela secretaria, foi eleito vice-diretor e diretor, de 1992 a 1994, quando a unidade de Cajazeiras era ligada a UFPB. Foi um excelente gestor.
Quando me aposentei, em 2015, após servir a Universidade por 36 anos, sem contar mais dez de sala de aula, em Recife e em Cajazeiras nos colégios Estadual Crispim Coelho, Dom Moisés Coelho e Polivalente Cristiano Cartaxo, sempre estive em contato com Toinho e quando nos encontrávamos, a nossa conversa era em torno da educação e principalmente para falar de nossos filhos, e ele, com muito orgulho, com os olhos marejados de lágrimas, falava de suas lindas filhas: Luciane e Liziane. Dr. Zé! Era assim que ele me tratava: minhas filhas vão muito bem!
Tenho muitas histórias, todas dignas de um grande cidadão e emérito educador para buscar na memória do tempo deste inesquecível amigo, colaborador e de um homem honrado, que prestou grandes e inumeráveis serviços a Cajazeiras, como educador e cidadão cajazeirense.
Diz Quintino Cunha: “O cearense nasce na fé, cria-se na esperança e morre na caridade”.
Adeus meu velho amigo.
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