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Francisco Inácio Pita

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A vez é do povo e toda obra tem seu dono

27/08/2021 às 00h15

(Imagem ilustrativa).

Por Francisco Inácio Pita

Sempre foi assim e vai aumentar mais a aparição dos donos das obras a partir do ano que vem. Usando o mesmo formato ou com poucas mudanças, quase todos os governadores, deputados e senadores vão se apresentarem como os donos das construções feitas nos estados, e não vai faltar quem diga: “esse é trabalhador e se não fosse à pandemia da covid 19 ele teria feito muito mais.” Exalta a obra feita como se estivesse fazendo um grande favor a comunidade, todavia, fazer benefício para a população faz parte do seu trabalho como gestor do dinheiro público, é simplesmente a sua obrigação como representante do povo.

Os senhores deputados, senadores e governadores recebem um bom salário e outras vantagens que fazem parte do pacote, a maioria deles se beneficia muito e manda muito pouco para o povo, e ainda alega que está trabalhando muito, como se trabalhar para a população que representa, não fosse a sua obrigação.

“Nada é permanente, exceto a mudança.” A frase é do filósofo Heráclito, que viveu cerca de 500 anos antes de Cristo. Depois da frase filosófica, cabe a pergunta: Por que os legisladores brasileiros não mudam as leis de suas mordomias? Isso nunca vai acontecer, eles mudaram recentemente as leis da aposentadoria, dizem que o Brasil está sofrendo, mas nenhum deputado ou senador pensa em diminuir as suas mordomias. Criam-se PEC para tirar os direitos dos trabalhadores, para aumentar a carga tributária e outros absurdos que só prejudicam a nação brasileira, mas ninguém tem a ideia de diminuir os gastos exagerados do congresso nacional e da câmara dos deputados.

Não quero aqui culpar diretamente o povo, mas a maioria dos eleitores precisa se conscientizar e ao mesmo tempo cobrar mais ações. Observa-se no Brasil a cobrança de uma grande quantidade de impostos, pagamos impostos em tudo que compramos, mas infelizmente a maior parte das taxas tributárias arrecadadas fica com os senhores do poder de forma geral.

Para o povo falta uma saúde de qualidade em quase todas as cidades, boas escolas equipadas com as novas tecnologias e muitos outros benefícios que são negados, porque o próprio povo tem muita tolerância e não se organizam. Os gestores têm culpa, mas o povo também tem, principalmente quando vota em ex-gestor acusado de corrupção.

Estamos nos aproximando das eleições de 2022, muito dinheiro do fundo partidário, aproximadamente 5,7 bilhões de reais para os partidos gastarem e da forma que só Deus sabe. O presidente da república Jair Bolsonaro já vetou porque achou um alto valor, mas os deputados e senadores não se preocupam em aprovar, mesmo com o veto contrário do presidente, as leis dão direito às eles aprovarem mesmo sendo vetado pelo executivo.

Os políticos já começam fazendo a politicagem para o próximo ano, isso será mais acentuado a partir de janeiro de 2022. Os senhores governadores acompanhados de uma grande comitiva vão estar próximos do povo. Os governadores, os deputados e os senadores à procura de votos, se apresentam como os santos do povo, serão atenciosos, tolerantes, vão ouvir poucas e boas, mas no final sempre serão privilegiados, porque a maioria da população vota costumeiramente, em quem o prefeito ou o vereador, que lhe fez algum benefício usando o dinheiro público, pede para você votar. E começam a falar diretamente com o povo: “Não fizemos muito porque a pandemia não deixou, mas graças a Deus e ao governador que conseguiu a vacina, todos estão livres e curados deste mal”. Aí começa o pecado e boa parte do povo acredita e vêm as promessas como sempre. A maioria dos prefeitos e os seus vereadores fazem a frente, “meu amigo e minha amiga, esse é o nosso deputado, o nosso governador, o nosso senador, se a gente eleger eles vai vim muitos projetos para a nossa comunidade”. A maioria dos gestores e legisladores só tinham andado naquela localidade na campanha eleitoral passada, e alega que ainda não tinha vindo devido à pandemia, mas na intenção de pedir votos já chama de “nossa comunidade”, veja o tamanho do descaramento.

Na procura de votos os senhores políticos começam a enaltecer a obra que fez como um grande benefício para o povo, como se isso não fosse a sua obrigação. Os prefeitos e os governadores ganham muito bem, e esse salário é para trabalhar para o povo, mas infelizmente, eles recebem as vantagens do poder, são diversos benefícios que a gente sabe e ainda tem outras vantagens ocultas. É comum ouvir prefeitos dizer que está sufocada, a maioria se lamenta porque trabalha muito, mas dificilmente os chorões querem sair do poder. Faz o seguinte: Peça pra sair do cargo de prefeito, de governador, e vá viver sua vida sossega. Observa-se que ninguém quer sair do cargo, pelo contrário, quando vem à campanha eleitoral faz de tudo para permanecer no poder. Por que será? Eu sei, mas não digo.

O nosso povo precisa se ligar no que fez e está fazendo os administradores dos seus municípios, dos seus estados e como o presidente da república conduz administrativamente o nosso país. Escute o rádio e a televisão, mas também tenha cuidado com muitas informações que vão receber. Cabe a cada eleitor escolher livremente o seu gestor, cuidado com o intermediário, a maioria já está ganhando como assessor ou tem o seu próprio interesse dentro da futura gestão. Fique atento para não ser enganado mais uma vez, nesse meio existem muitos espertos, escolha você mesmo, não queira fazer parte do que diz a linguagem popular: “Maria vai com as outras”.

Não esqueça que todo benefício que um gestor fez ou está fazendo para a sua localidade, não é nada mais do que a sua obrigação, se ele trabalhou muito merece o seu reconhecimento, mas nada de votar por obrigação. Com base na lei, o eleitor tem o direito de escolher de forma livre e independente. O bom trabalho que o gestor faz, o credencia para se tornar reconhecido como um benfeitor, mas também não esqueça que esse efeito faz parte da sua obrigação como gestor do dinheiro público. Se ele não trabalhou, não atendeu bem a população que representa, o correto é derrotá-lo nas urnas e ponto final.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

Contato: [email protected]

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Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

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