A Teoria da Regressão
Depois de cinco anos percorrendo o mundo numa nau com o fim de conhecer as diversas espécies de seres vivos, Charles Darwim sentou-se em seu escritório e escreveu “A origem das espécies”. Obra inegavelmente marcante, a tese fundamental era a de que animais da mesma espécie, mas morando em habitat’s diferentes, apresentavam níveis diferentes de desenvolvimento. A esta idéia deram o nome de “Teoria da Evolução”.
Grosso modo, trata-se da afirmação categórica de que uma espécie poderia, através de processos vitais sucessivos, aperfeiçoar-se, com o avanço dos indivíduos mais fortes e com a eliminação natural dos mais fracos. Diga-se de passagem que, durante a sua viagem, passando pelo Rio de Janeiro, Darwim escandalizou-se com o tratamento nada humano dispensado aos escravos.
De início, a teoria evolucionista foi repudiada pela Igreja que pregava ardorosamente a “Teoria Creacionista”, segundo a qual o mundo (com tudo o que ele contém) foi criado por Deus em seis dias, de acordo com o relato bíblico do livro do Gênesis.
Sábia e prudente que é, a Igreja, com o passar do tempo, reviu seu posicionamento e soube conciliar as duas teorias, a partir dos estudos do Pe. Teillhar de Chardin, padre jesuíta francês da segunda metade do século XX. Chardin elaborou a “Teoria da Evolução Cósmica”, dando uma interpretação aceitável ao pensamento de Darwin, segundo a qual a “evolução” física da criação – perfeitamente possível – tende a conduzir o homem ao Cristo Cósmico, quando todas as espécies não evoluirão mais, pois terão chegado ao seu ponto de convergência físico-espiritual. Para entender rapidamente, Chardin referiu-se à evolução de Darwim, mas não sem a presença de Deus que “apertou o botão” desta evolução.
Assim, pacificou-se o conflito entre ciência e fé que, na verdade, nada tem de antagônicas, mas, sim, de auxiliares recíprocas. Leia-se, a respeito, a Carta Encíclica Fides et Ratio (a fé e a razão), de Sua Santidade, o papa João Paulo II, de saudosa memória. Nela, o papa afirma que fé e razão são as duas asas que conduzem o homem ao conhecimento da verdade.
Contudo, quando pensamos que nada mais haveria de se “inventar” ou “descobrir”, eis que surge a “Teoria da Regressão”, baseada nas barbáries que somente a espécie animal racional, ou seja, o homem, é capaz de cometer.
Trata-se da destruição do homem pelo próprio homem, que faz jus ao que dizia o filósofo empirista inglês Thomas Hobbes, a saber, homo lupus homini (o homem é o lobo do homem). Atitudes como abortos, guerras e, no ambiente acadêmico, trotes vândalos e/ou violentos fazem da Teoria da Regressão uma idéia irrefutável e do ser humano um animal inferior aos irracionais.
Interessa-nos, como análise e reflexão, uma abordagem do trote como fato social revestido de caráter positivo (quebrar a timidez dos “calouros”, estimula-los a praticarem atitudes filantrópicas, como doação de sangue, coleta de alimentos e roupas para distribuição entre os pobres, ou de material escolar para doação a estudantes carentes) ou como fato determinante de repúdio de todo o tecido social, por ser portador de caráter negativo (homicídios, lesões e depredações, por exemplo).
Início de período letivo nas faculdades é permeado deste tipo de atitude, por vezes criminosa. No próximo artigo, analisaremos as possíveis conseqüências de tais atos a partir do ponto de vista jurídico
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