A Semana da Pátria
Por Padre Renato
Eu confesso. Sou um patriota inveterado.
Não posso ver uma bandeira do Brasil tremulando num mastro que sinto dentro do meu peito o coração acelerar; não posso ver uma farda verde-oliva que meu olhar se enche; não posso ouvir os primeiros acordes do Hino Nacional que de pronto fecho os olhos e visualizo a partitura (que tenho memorizada); não posso ouvir uma marcha militar brasileira que meus sentimentos nacionalistas começam a ficar “exacerbados”; não posso ler os feitos dos verdadeiros herois desta nação que me encho de orgulho (HEROIS de verdade, como aqueles que derramaram seu sangue para evitar que ideologias alienígenas tomassem as rédeas do poder, não os fabricados que quiseram fazer imperar a mentira de que “tudo seria de todos”), como o Cabo Odilo Cruz ROSA e do Sargento Mário ABRAHIM da Silva, ambos do Exército Brasileiro, os primeiros tombados pelos assassinos terroristas da Guerrilha do Araguaia, cujas ossadas foram recentemente descobertas no cemitério de Xambioá, no Pará.
Confesso! E não me redimo!
Mas, porque “confessar”, dando a esta conjugação um tom negativo? Infelizmente, confessar, num tom negativo, pois os patriotas estão envergonhados e cabisbaixos.
Em plena Semana da Pátria, temos muito pouco o que comemorar.
“Nunca na história deste país” se percebeu tanta desmotivação para se comemorar os valores cívicos e patrióticos (já perceberam que até mesmo os termos NUNCA são utilizados pelos nossos governantes?), considerando-se o mar de lama que, igualmente, nunca atingiu níveis tão altos. Qual escola hasteia a Bandeira e faz seus alunos cantar o Hino Nacional? Culpa dos diretores? Creio que não. Senão, vejamos de quem é a culpa pela indiferença e desesperança:
O Legislativo… ah, o Legislativo. Olhando para o Congresso Nacional, a única vontade que me dá é de engrossar o coro dos que exigem novas eleições; pessoalmente perdi toda a confiança nos que estão lá, mesmo nos que rezam o terço todos os dias e nos que freqüentam os cultos evangélicos diariamente, ambos utilizando-se de um verborrágico e desrespeitoso discurso baseado na Sacrossanta Palavra de Deus (por favor, deixem Deus de fora deste inferno!). Todos os senadores e deputados federais, quer por ação, quer por omissão, estão em débito para com o povo brasileiro. O que dizer dos “atos secretos”. E, por extensão, tirem suas conclusões, caros leitores, a respeito das Casas Legislativas Estaduais e Municipais.
O Executivo… ah, o Executivo. O do fantoche “comandante em chefe” que apóia o índio plantador de coca e exportador de drogas? O que se cala (e, portanto, apóia) perante o lunático bolivariano que quer ser o “reizete” da América Espanhola, fazendo pactos com a Rússia e declarando guerra aos EUA? O mesmo lunático que compra fuzis na Suécia e os dá de presente às FARC, grupo terrorista-narco-traficante que, diga-se de passagem, invade nosso território (só quem não sabe é o nosso “da Silva”). E os Estaduais e os Municipais, com seus coronelismos tupiniquins?
O Judiciário… ah, o moroso e nem sempre confiável Judiciário. Salvo as belas exceções que felizmente servem de contraponto ao que digo, o Judiciário de alguns membros que emanam sentenças duvidosas e que fazem conchavos com alguns advogados “mui amigos”, dos alguns nobres desembargadores dos nepotismos cruzados e de algumas das mais absurdas e risíveis decisões, desde a Alta Casa, até a mais inferior das instâncias.
Mas, a culpa também é minha, também é sua, caro leitor. Pois estamos, você e eu, de “bico” calado, passivos, assistindo indiferentes nossa Pátria ser destruída por aqueles em quem NÓS votamos e admitimos permanecerem numa função nos pertence enquanto povo.
A Semana da Pátria, outrora ativamente vivida por mim, indo para desfiles marciais? Não. Este ano celebrarei sozinho, com o que me resta de patriotismo e de esperança neste país das maravilhas.
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