A seca e a transposição
Ambos, seca e transposição, são temas bem antigos. A primeira acontece no semi-árido nordestino desde que o mundo é mundo, e a transposição é tema recorrente desde que Dom Pedro jurou vender até a última jóia da coroa para combater os efeitos daquela.
Mas apesar da longevidade ambas estão aí, vivíssimas. A seca dizimando pastos, plantações, animais, esperanças e vidas. A transposição, apesar de iniciada, com obras praticamente paralisadas.
Espanta é que diante de tragédia que novamente se abate sobre grande parte dos nordestinos, deputados, senadores, prefeitos e governadores, com raras exceções, se envolvam mais com a sucessão municipal de outubro, do que com a busca pela minimização dos efeitos causados pela falta de chuvas na região.
Espanta ainda mais que esses senhores, ditos representantes do povo, não se apercebem que praticamente nenhum Estado nordestino está preparado para receber as águas transpostas da bacia do São Francisco. Pelo menos não para que as águas sejam devidamente utilizadas no consumo humano. E isso precisa ficar bem claro.
A seca nordestina acontece pra valer não é nos grandes centros urbanos, mas nas pequenas comunidades, principalmente rurais. As grandes e médias cidades, aqui citaria Cajazeiras, Sousa, Pombal, Patos, Coremas, Uiraúna, Bonito de Santa Fé, Conceição, Princesa Isabel, entre outras, têm grandes reservatórios d´água a abastecê-las, sem perigo iminente de faltar água para beber.
O nó górdio da questão está nas pequenas cidades e comunidades rurais. Aí sim, o bicho pega! Os açudes que armazenam a água que as abasdece, em geral são de médios para pequenos e, numa seca, não aguentam muito tempo de abastecimento. Conclusão: vai faltar água pra beber. Nem falo em água pro gado, pra plantação…, etc.
Assim, não vai adiantar muito transpor águas da bacia do São Francisco para que elas fiquem restritas aos grandes mananciais que as receberão. Estes já têm o suficiente para o que servem. O que é preciso é interligar esses mananciais às pequenas comunidades e glebas rurais. E aí que a seca dizima e mata. É aí que ela acontece. É aí que se precisa d´água!
Ao que saiba, nenhum Estado nordestino se preparou para isso. Nenhum fez qualquer interligação. E nossos políticos não discutem isso. Ou porque não sabem, e aí será ignorância, ou porque não priorizam o tema, e aí será vesguice política, o que é pior.
Se ignorantes ou vesgos, não sei, sei que eles "nos representam" porque nós os elegemos!
S O L T A S
*Há algum tempo Jeová Campos (PT) disse ter um entendimento político com Jr. Araújo (PDT), e que ambos definiriam seus posicionamentos na política cajazeirense conjuntamente. Se Júnior está fechado, como dizem, com o ex-pref. Carlos Antônio, pode-se dizer então que Jeová também esteja? O petista com a palavra!
*Por falar em PT, o partido defende candidatura própria em João Pessoa, mas prefere aliança com o PP em Campina Grande. Já em Cajazeiras, uma parte defende apoio à candidatura Carlos Rafael e outra a candidatura própria. Em Sousa o o PT decidiu uma coisa, mas a direção estadual revogou a decisão tomada. E assim caminha o PT paraibano.
*Marcos do Riacho do Meio. Esse o nome escolhido pelo deputado Vituriano para ser o vice na chapa do atual prefeito.
*O deputado José Aldemir (DEM) anda calado em relação à política cajazeirense. Seu silêncio, entretanto, está longe de significar consentimento.
*Neste domingo (6) o Trem das Onze entrevista o prefeito de Cajazeiras, Carlos Rafael.
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