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Francisco Inácio Pita

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A Justiça apresentada de forma justa

28/07/2008 às 00h17

Um povo só se torna realmente justo quando conhece, de forma clara e objetiva, o real significado da palavra justiça. Infelizmente, o princípio de justiça ainda não é muito bem compreendido pelo povo brasileiro. A palavra justiça também é utilizada para referir-se a órgãos do Setor Judiciário, como: Justiça do Trabalho, Justiça Federal, Justiça Internacional, etc… Essa duplicidade na linguagem ajuda a confundir os cidadãos menos esclarecidos.

Já está na hora dos brasileiros se conscientizarem de que a palavra justiça refere-se, antes de tudo, a um princípio de eqüidade, de igualdade proporcional; um princípio de sabedoria que deveria ser utilizado pelo Governo em todas as áreas e, principalmente, pelo Poder Judiciário. Um povo só se torna realmente justo quando conhece, de forma clara e objetiva, o real significado da palavra justiça.

Os brasileiros ainda não entenderam a importância sócio-econômica de se levar a sério o princípio de justiça. A maioria dos cidadãos conhece apenas duas situações: ser beneficiado ou ser prejudicado. Infelizmente, a educação brasileira não nos ensinou a discernir estes extremos, e sim, adotar situações intermediárias. É no ponto médio, entre o benéfico e o maléfico, que encontramos o que é justo para todos. Em muitos casos, muitas vezes injustiçados, cumprimos regras para não questionar a justiça, que nem em todos os casos agem com perfeição e austeridade. Nós brasileiros precisamos tomar conhecimentos das leis, dos nossos direitos e deveres para com a sociedade e a nação, não podemos ingerir tudo e todas as formas de lei que nos são impostas. Não estou aqui incentivando ou desobedecendo à justiça, mas apenas alertando os cidadãos de bem para agirem com prudência e não se tornar alienados.

Em linhas gerais, ser justo é não oprimir nem privilegiar, não menos prezar nem endeusar, não sub valorizar e tampouco super valorizar. Ser justo é saber dividir corretamente sem subtrair e sem adicionar, sem roubar ou subornar. Ser justo é não se apropriar de pertences alheios, ser justo é dar o correto valor a cada coisa e a cada pessoa. Ser justo é estabelecer regras claras sem dar vantagem para um e desvantagem para o outro. Ser justo é encontrar o equilíbrio que satisfaz ou sacrifica, por igual, sem deixar resíduos de insatisfação que possam resultar em desforras posteriores.

A ausência de uma boa educação, nesse sentido, tem propiciado comportamentos extremistas ora omisso, por parte da maioria dos cidadãos. Observe que até pouco tempo a maioria dos brasileiros preferia se calar mesmo diante das inúmeras explorações do nosso dia-a-dia. Hoje a situação mudau, e muitos já sabem usar a justiça para se defender. O maior problema, conseqüentemente desse tipo de comportamento surgiu com o decorrer do tempo. A falta de diálogo, para se estabelecer o que é justo e correto, faz o cidadão prejudicado se cansar de ser omisso e partir para violência, ir direto ao outro extremo. Essas reações têm acontecido até mesmo entre parentes e vizinhos. Por isso, precisamos estabelecer uma nova consciência. Nós cristãos, em especial, precisamos ensinar ao povo o que é justo e correto para que os cidadãos não se tornem omissos e saibam estabelecer o diálogo ao perceber toda e qualquer injustiça. Se cultivarmos um padrão de comportamento realmente justo, ninguém acumulará motivos para se tornar infeliz, desleal, ou violento. Já passou do tempo em que os padres e pastores das igrejas evangélicas falavam somente de Deus, hoje devem lutar pelo bem social de seus fieis, com base no evangelho, principalmente, esclarecendo os direitos e os deveres para com a sociedade.

Em todos os casos de injustiças: profissionais, comerciais, de relacionamento etc. a pessoa prejudicada deve primeiramente, ir até a pessoa injusta e lhe pedir que corrija o erro. Se não surtir efeito, deve levar pelo menos uma outra pessoa para que também dê testemunho, reclame daquela injustiça. Se, apesar disso, a pessoa injusta não se corrigir, aí então deve levar o caso ao conhecimento das autoridades competentes para que elas determinem a solução. É muito importante entendermos que primeiramente deve haver duas tentativas de diálogo, só depois destas tentativas é que o caso deve ser entregue as autoridades.

Por outro lado, as autoridades precisam agir de maneira totalmente imparcial, sem se inclinar para nenhum dos lados, em respeito ao que determina a lei e ordenando que: nem mesmo para favorecer ao pobre se distorça o que é justo, e que sempre use o mesmo padrão de peso e de medida para qualquer pessoa, seja pobre, rico, doutor, mendigo, autoridade, etc… A sociedade precisa entender que é na prática correta do princípio de justiça que produz a paz social, viabilizando a prosperidade de forma ordeira e bem distribuída. A esperteza, a exploração e a má fé são técnicas ilusórias que têm vida curta e acidentada. As instituições governamentais, empresas privadas e negócios pessoais, estabelecidos com injustiças, com espertezas, com explorações e má fé, são comparadas as construções sobre areia, vem o vento e desmoronam nos dias de tempestades, crises, pragas, acidentes, novas concorrências, etc. Mas, os negócios estabelecidos de forma justa, com justiça nos preços, bons salários pagos nos serviços e bom relacionamento em geral, são comparáveis a construções sobre rocha, vem o vento e permanecem de pé mesmo depois de grandes tempestades.

Portanto, precisamos abandonar a mania subdesenvolvida de querer levar vantagem em tudo, e cultivar a mania desenvolvida de gostar de fazer e receber justiça em tudo. Já é hora de entendermos que a vantagem mal conseguida hoje se transforma no prejuízo amanhã, enquanto a justiça que se pratica hoje se transformará no lucro de amanhã. Comportar-se de forma realmente justa, tanto na hora de dar ou de receber, quanto na hora de cobrar ou de pagar, é condição primordial para um povo se tornar pacífico e bem-sucedido, apresentando sempre a justiça de forma justa.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

Contato: [email protected]

Francisco Inácio Pita

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Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

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