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Francisco Inácio Pita

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A Justiça apresentada de forma justa

02/09/2018 às 15h56

Um povo só se torna realmente justo quando conhece de forma clara o real significado da palavra justiça. Infelizmente, o princípio de justiça ainda não é bem compreendido pelo povo brasileiro. A palavra justiça também é utilizada para referir-se a órgãos do Setor Judiciário como: Justiça do Trabalho, Justiça Federal, Justiça Internacional e outras. Essa duplicidade na linguagem ajuda a confundir os cidadãos menos esclarecidos, onde muitos não a procura porque acha que a justiça não é igual para todos, ou por timidez imagina que um Juiz, um promotor e outros servidores da lei, são pessoas difíceis de nos entenderem. Por vergonha ou medo, às vezes são injustiçados e perdem os direitos que tem.

Principalmente nas pequenas cidades do interior, algumas autoridades do judiciário chegam e mentem longe do povo, tem deles ficam em um patamar tão elevado que nem parece ser humano e o povo menos esclarecido tem até medo de procurar estes servidores que tem a obrigação nos servir.

Já está na hora dos brasileiros se conscientizarem de que a palavra justiça refere-se, antes de tudo, a um princípio de igualdade proporcional, uma abertura de sabedoria que deveria ser utilizada pelo Governo em todas as áreas e, principalmente, pelo Poder Judiciário. Um povo só se torna justo quando conhece, de forma clara e objetiva, o real significado da palavra justiça.

Boa parte dos brasileiros ainda não entendeu a importância socioeconômica de se levar a sério o princípio da honestidade, muitos administradores se estudaram estes princípios, não entenderam a aula da honestidade e a maioria dos cidadãos conhece apenas duas situações: ser beneficiado ou ser prejudicado. Já a educação brasileira não nos ensinou a discernir estes extremos, e sim, adotar situações intermediárias. É no ponto médio, entre o benéfico e o maléfico que nunca encontramos o que é justo para todos. Em muitos casos, muitas as pessoas são injustiçadas e não procuram os seus direitos para não questionar a justiça, que algumas vezes não agem com perfeição e probidade. Nós brasileiros precisamos tomar conhecimentos das leis, dos nossos direitos e deveres para com a sociedade. Não podemos ingerir todas as formas que nos são impostas. Não estou aqui incentivando a desobedecer à justiça, mas apenas alertando os cidadãos de bem para agirem com prudência e não se tornar alienados.

Em linhas gerais, ser justo é não oprimir e nem privilegiar, nem prezar ou endeusar alguém que se julga poderoso, mas cumpri as regras do bem, nunca menosprezar e tampouco supervalorizar quem não age com prudência e responsabilidade. Ser justo é saber dividir corretamente sem subtrair e sem adicionar, sem roubar ou subornar. Ser justo é não se apropriar dos pertences alheios, ser justo é dar o correto valor a cada coisa e a cada pessoa. Ser justo é estabelecer regras claras sem dar vantagem para um e desvantagem para o outro. Ser justo é encontrar o equilíbrio que atenda por igual, sem deixar resíduos de insatisfação que possam resultar em desagravo a seu semelhante.

A ausência de uma boa educação tem propiciado comportamentos extremistas e ora omisso, por parte da maioria dos cidadãos. Observe que até pouco tempo a maioria dos brasileiros preferia se calar mesmo diante das inúmeras explorações do nosso dia-a-dia. Hoje a situação mudou, e muitos já sabem usar a justiça para se defender. O maior problema desse tipo de comportamento surgiu no decorrer do tempo. A falta de diálogo para se estabelecer o que é justo faz muitas vezes o cidadão ser prejudicado e se cansar, tornando-se omisso ou partindo para violência, seguindo direto ao outro extremo, o que não é correto “fazer justiça com as próprias mãos”. Essas reações têm acontecido até mesmo entre parentes e vizinhos. Por isso, precisamos estabelecer uma nova consciência de tolerância sem se tornar alienado. Quem lida diretamente com as pessoas de menor poder aquisitivo e pouco conhecimento educacional, deve ensinar a este povo o que é justo e correto para que estes cidadãos não se tornem omissos e saibam estabelecer o diálogo ao perceber toda e qualquer injustiça. Se cultivarmos um padrão de comportamento realmente justo, ninguém acumulará motivos para se tornar infeliz, desleal ou violento. Já passou do tempo em que os padres e pastores falavam somente de Deus em suas pregações, hoje estes consagrados de Deus tem o dever de lutar pelo bem social de seus fieis e com base no evangelho esclarecer os direitos e os deveres que tem a sua comunidade cristã.

É muito importante entendermos que em situações de desconforto, deve haver duas tentativas de diálogo, só depois destas experiências é que o caso deve ser entregue as autoridades. A sociedade precisa entender que é na prática correta do princípio de justiça que se produz a paz social, viabilizando a prosperidade de forma ordeira e bem distribuída. A esperteza, a exploração a outras pessoas são técnicas superficiais que tem vida curta e acidentada. As instituições governamentais, empresas privadas e negócios pessoais, construídas com injustiça, esperteza, exploração e má fé, são comparadas as construções sobre areia, vem o vento e desmoronam nos dias de tempestades e aparecem crises, pragas, acidentes e novas ocorrências maléficas. Mas se os seus negócios são estabelecidos de forma justa, se tem bons preços naquilo que vende, paga bons salários nos serviços que lhe são prestados, são comparáveis as construções sobre rocha, vem o vento e as tempestades e ser empreendimento permanece de pé mesmo depois dos grandes terremotos.

Portanto, precisamos deixar a mania subdesenvolvida de querer levar vantagem em tudo, e nunca cultivar a mania de querer só receber e nunca doar. Já é hora de entendermos que a vantagem mal conseguida hoje se transforma em prejuízo amanhã. A boa justiça que se pratica hoje se transformará em lucro no futuro. Devemos se comportar de forma justa, tanto na hora de doar como no momento de receber, bem como no instante em vai cobrar ou no momento de pagar. Esta é condição primordial para um povo se tornar pacífico e bem-sucedido, apresentando sempre a justiça de forma justa.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

Contato: [email protected]

Francisco Inácio Pita

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Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

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