header top bar

Alexandre Costa

section content

A globalização em xeque

19/07/2022 às 08h41

Coluna de Alexandre Costa - foto: Divulgação via REUTERS.

Por Alexandre Costa

Os impactos irreversíveis da guerra da Ucrânia na economia e na geopolítica mundial levou cientistas e especialistas a reverem e repensarem os conceitos, estratégias e riscos do chamado mundo 100% globalizado. Prestes a completar cinco meses, o conflito Russo X Ucraniano já causou estragos na cadeia produtiva mundial que remete para uma profunda análise sobre os impactos de um evento dessa dimensão, numa economia globalizada.

A Ucrânia e a Rússia por serem produtoras e exportadoras, em larga escala, de valiosas e estratégicas commodities, como petróleo, gás, trigo e fertilizantes que abastecem o mundo, devido ao envolvimento nesse conflito, desencadearam uma fortíssima onda de aumentos nos preços desses produtos gerando um gigantesco impacto inflacionário ao redor do globo, de consequências devastadoras, prenunciando para o próximo ano uma recessão global sem precedentes.

Embora ainda seja um conflito localizado, os seríssimos danos causados pelo conflito na economia mundial decretam o fim da economia globalizada em larga escala sugerindo uma profunda mudança no tabuleiro do xadrez geopolítico mundial com um novo modelo de globalização com o encurtamento das cadeias de suprimentos, mais regionalizado, menos vulnerável e mais resilientes a crises de grande escala.

Concebida dentro de um preceito neoliberal, a globalização se tornou um processo mundial de integração econômica, política e cultural que sempre sofreu pesadas críticas, sendo constantemente acusada de ser um modelo concentrador de renda que aumenta a desigualdade social além de agredir o meio ambiente com o uso desenfreado de recursos naturais. De fato, a globalização está em xeque.

Os primeiros sinais de vulnerabilidade da hiper globalização, concentrada em apenas cinco polos tecnológicos mundiais, começaram a surgir durante a pandemia e foram agravados na guerra da Ucrânia gerando uma crise global na cadeia produtiva de suprimentos e em toda sua logística de distribuição. No Brasil a falta de semicondutores chegou a paralisar as linhas de montagens das fábricas de automóveis ocasionando uma queda de 5% na produção na indústria automotiva, somente no primeiro semestre desse ano.

Depois desse conflito o mundo jamais será o mesmo. Ao encerramento dessa guerra a globalização fecha um ciclo que se originou ao fim da Segunda Guerra e teve seu auge nos anos 1990. Uma nova ordem mundial está em curso, a nítida e possível aliança China-Rússia denota isso. Quem viver verá!

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário com MBA em Gestão Estratégica de Negócios e membro da Academia Cajazeirense de Artes e Letras-ACAL


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

Recomendado pelo Google: