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Maria do Carmo

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A fase dos pseudônimos

13/10/2014 às 16h38

Entre as expressões “terceira idade”, “mais idade”, “melhor idade” qual será a ideal?  E as palavras, “idoso” e “velho”? Exigem reflexões. Estas denominações emitem valores semânticos diversificados, outras têm sentidos pejorativos e o seu emprego é resultante da maneira como os mais jovens veem aquelas pessoas que já vem percorrendo uma grande trajetória da sua vida.

No período da “terceira idade” subtende-se que as pessoas viveram a primeira fase denominada infância, a segunda fase a idade adulta  amadureceram, adquiriram experiências, trabalharam, prosperaram e digamos, pararam porque chegou na terceira idade. Pronto. Não há mais nada a fazer. Outros chamam pessoas de “mais idade”, neste contexto é levado em consideração a idade cronológica, elas têm mais dias vividos  valores, atributos e dignidades das mesmas  são anulados prevalecendo  apenas a quantidade de dias vivenciados pelas mesmas. Se  são pessoas, evidentemente que há um conjunto de valores construído por elas não é um objeto que tem certo tempo de uso. Aparentemente são expressões que apresentam significações de leveza, de meiguice, mas há a ideia de anulação para a vida até porque  se constrói a imagem de alguém frágil e doente.

Digamos que “melhor idade” traz significações positivas e de grande valorização desta fase da vida. Para algumas pessoas, este momento é considerado como o espaço da vida no qual se sentem realizados, uma vez que concretizaram os seus sonhos viveram ilusões e desilusões, enfrentaram dificuldades, sofrimentos e construíram grandes legados que se tornaram benécias para as futuras gerações. Souberam preparar bem o terreno com dimensões incalculáveis de sabedoria a qual gerenciava a dose certa de paciência, coragem, humildade, serenidade a fim de aceitar  as limitações  e acima de tudo a alegria de estar vivo.

Considerar-se na “melhor idade” é ter a mente pulverizada de uma atmosfera positiva na qual nascem sensações de paz e alegria aumentando os dias de vida numa áurea de prazer. Entre tantos belos comentários é preciso parar refletir: será que isto parte somente das pessoas que estão encarando este período como melhor idade? Ou será que boa parte desse clima depende das outras pessoas que interagem com elas? A resposta é clara. O grande fator colaborador da felicidade da geração da “melhor idade” é o resultado do bom tratamento que as mesmas recebem daqueles que vivem próximos delas.

A sensação de ser amado  ou amada pelos seus parentes proporciona um estado emocional saudável,o respeito e a consideração são combustíveis produtores de energias que impulsionam a força e a coragem de enfrentar esta fase, como a melhor da vida. A convivência com esta especial clientela deve ser permeada de carinho, afeto, gratidão, proteção, e compreensão  tornando estas pessoas felizes com a fisionomias adocicadas,  sorrisos iluminados brotado de um íntimo prazeroso. É preciso que o jovem se sinta feliz em ver aquele que nasceu primeiro do que ele repleto de felicidade. Pensando assim, minimizaria a tristeza tantas pessoas  implorando  a Deus que as chamem.

E a palavra “idoso?” Esta transmite a ideia de algo que parou no tempo, representando apenas convalescência, indisposição, cansaço e falta de coragem, alguém digno de compaixão e caridade. Há uma carga semântica pejorativa, embora permeada de boas intenções, digamos, não deixa de significar alguém que sofre e que está no fim. Desta forma o reconhecimento da grande colaboração a sociedade fica relegado ao segundo plano ou a quase anulado. 

Atribuir ao ser humano a   palavra “velho” é desumano e cruel. Velho deve ser empregado para objetos que estão desgastados do uso, “não prestam mais”. As pessoas não ficam velhas, e sim mais experientes,  quem emana sabedoria é sempre “novo” para os “novos”. É lamentável quando os jovens se dirigem ou se referem às pessoas de melhor idade de “velho”   ou  velha”, isto é o resultado de uma sociedade que precisa quebrar os preconceitos contra uma importante geração. É preciso  se conscientizar de que o jovem de hoje será o ancião do amanhã, é natural as etapas de transformações nas nossas,  é estranho pensar que  vai ser sempre jovem:   pobre ignorante pensamento.

O conceito de “velho” contribui para fortalecer a discriminação, é bom se substitui velhos conceitos, construir novas mentalidades humanitárias que estimulem a alguém viver mais e feliz. Proporcionar autoestima   nas pessoas de melhor idade é obrigação nossa e direito delas. É lamentável que existam tantos amigos e amigas  que não vivem a melhor idade, são sofridas, tristes, acabrunhadas vítimas de maus tratos que ferem o prazer e se consumem  entre  debilitações físicas e torturas psicológicas.  Não é esse destino que se quer para aqueles que nos passaram boas e grandiosas lições de vida. 

Professora Maria do Carmo de Santana
Outubro de 2014


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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