A família e sua importante influência na educação escolar
De que forma os pais poderão colaborar na educação escolar dos filhos? Esta indagação deveria ser feita por todos os pais de crianças e adolescentes na idade escolar. Assim como a família exerce papel importante na transmissão aos seus descendentes: o nome, a cultura, a moral, a religião, a ética isto é, a base da formação familiar, contudo, boa parte da educação escolar poderá surtir bons resultados se existir a participação e presença da família subsidiando assim o bom desenho na escola.
Os educadores avaliam no comportamento do alunado dois pontos enfáticos que vêm prejudicando o desenvolvimento da aprendizagem: a indisciplina na sala de aula e o desinteresse para aprender o que é ministrado nas aulas. Observa-se que em grande parte esta realidade é bastante acentuada naqueles alunos e alunas oriundos de famílias cujos pais ainda não despertaram para a orientação e motivação dos filhos no comprometimento com ato de estudar. Na realidade, há muitos deles entendem a escola como local apenas de colocarem os filhos por algumas horas e ficarem aliviados das preocupações com os mesmos.
Com relação à indisciplina, em alguns casos, pode ser os reflexos de uma relação familiar complicada influindo negativamente no comportamento da criança e do adolescente prejudicando a aprendizagem. É nítido constatar que, alunos com carência afetiva uma vez sentindo-se rejeitados e mal-amados pelos pais apresentam uma grande dose de rebeldia na sala de aula, nada é atrativo para ele ou ela, buscam a agressividade para desabafarem as angústias. A falta de atenção dos pais para com filhos, a ausência dos diálogos abertos, apenas ordens e determinações podem também colaborar para a revolta manifestada no espaço escolar. O trabalho diário, o cansaço as separações mal resolvidas são grandes aliados da indiferença e distância entre pais e filhos. Mesmo entre estas conturbações, é necessário os pais reconhecerem que as horas utilizadas para dar atenção aos aos filhos orientando-os, trocando ideias, vendo as tarefas escolares elogiá-las e dar sugestões constituem tempo precioso na formação de um adulto equilibrado, do contrário, pode acontecer acentuados desvios de conduta e desconstrução da personalidade.
A falta de imposição dos limites confundidos muitas vezes com afetividade (uma coisa é bem diferente da outra), está sendo outro problema nas famílias. Boa parte dos pais e mães não ensina aos filhos o respeito às regras, aos regulamentos de casa, não há determinações nas vontades dos filhos, os mesmos fazem o que querem, exigem o que não devem e são realizadas todas as vontades eles precisam entender que nem tudo deve ser permitido em determinada fase da vida. Ensinar os limites para criança ou adolescente não é bater neles isto pode comprometer a situação emocional e causar traumas para a vida adulta. Nas orientações, é necessário que as “palavras” tenham sentido e profundidade naquilo que se está querendo dizer, ou seja, a consistência das palavras numa determinada expressão pode resultar no desperta para o escutar, o entender e o respeitar aos discursos expressos pelos pais, popularmente falando: “não passar por cima do que os mesmos dizem”.
No caso do não cumprimento daquilo que foi determinado, aplica-se as penalidades que não são bofetadas nem empurrões, mas certas regras, digamos, “jejuns” acompanhados de esclarecimentos porque está sendo punido, também não relaxar a pena senão perde o respeito do filho e na segunda vez não conseguirá corrigir o que o mesmo fez de errado, há casos que um bom diálogo com tons de afetividade pode ser um bom caminho para contornar a disciplina. Os pais também precisam dar o bom exemplo com discursos e atitudes corretas, afinal são espelhos os quais os filhos refletem. Se a primeira escola é o lar, quem são os primeiros a orientar antes dos professores, são os pais.
Quando tem omissão, os reflexos negativos tornam-se evidentes na escola e é comum se ver educadores(as) angustiados(as) tornando-se vítimas de alunos mal disciplinados, produto de uma estrutura familiar descomprometida com o progresso educacional dos que buscam a escola sem muitos objetivos.
Não é nada agradável aos pais saberem a notícia de que seu filho ou filha não está tendo um bom desempenho escolar, não obstante esta realidade é frequênte nas escolas, o pior é que neste contexto um grande número de pais e mães não aparecem na escola durante o ano todo e se surpreendem no final do ano com a reprovação, criam situações agressivas entre eles e os professores, mas a escola convida para as reuniões bimestrais e o comparecimento é reduzido. Senhores pais o que pensam? Por outro lado, é visível o salto na aprendizagem dos alunos cujos pais e mães acompanham e formam parcerias com os educadores no sentido de estimularem os filhos para o gosto de estudar, neste contexto na maioria das vezes estão aqueles alunos que não apresentam fracasso escolar nem indisciplina. Parabéns para estes pais e mães!
É muito importante quando os pais estabelecem conversação com os professores possibilitando aos mesmos familiarizar-se com o cotidiano do aluno, isto possibilita entendimento de realidades que o(a) próprio(a) professor(a) desconhece posto que não mora na residência do deste aluno; a partir do momento em que o(a) professor(a) torna-se ciente do problema adquire-se formas viáveis de se entender e contornar complicadas situações. A porta de entrada para sanar tais o problema é o intercâmbio entre pais e educadores, a escola está aberta para alunos e pais de alunos, ir à mesma somente no dia de fazer a matrícula e no final do ano para saber o resultado da prova final, é descaso, é descompromisso.
A receita pronta para amenizar a falta de interesse dos alunos na escola precisa partir de casa. Quando os pais acompanham o desenvolvimento escolar dos filhos o aprendizado é por demais enriquecedor. Em casa, os pais precisam procurar se inteirar das atividades extraclasses, determinar o horário para os estudos das tarefas de casa, pois é sabido de que através destas atividades aprofunda-se mais os conhecimentos sobre o que se está estudando. O que se observa, em parte, nos alunos da escola pública não há esta consciência e isto tem colaborado para o baixo nível de aprendizagem dos mesmos. Está faltando orientação familiar para mudar este quadro. A escola sozinha fica impotente e os professores e professoras não obram milagres até porque “não são santos são educadores”.
Se não houver uma mudança de consciência partindo dos pais frente à problemática apresentada quem passará a ser o principal agente estimulador do fracasso escolar são os próprios pais: não sabem eles que estão colaborando para o surgimento de futuros delinquêntes e desconstrução da educação dos(as) próprios(as) filhos(as). Esta realidade deve ser urgentemente transformada e os principais inovadores são os pais e mães de alunos na idade escolar. Salienta-se que outras questões implicam também no processo de ensino aprendizagem, embora este abordado é um dos mais polêmico na realidade das escolas brasileiras.
Professora Maria do Carmo de Santana
Cajazeiras, 25 de fevereiro de 2015
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