A esfinge que os novos édipos tem que decifrar
Por Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira
Na última eleição de 2022, houve um óbvio perdedor, a pessoa física do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro; houve um vencedor: o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ele, com todo o seu carisma pessoal, ainda conseguiu articular uma coalização que no espectro político, foi da direita não radical como o PMDB, da ministra Simone Tebet, até a extrema esquerda, além de cooptar como Vice Presidente, seu antigo adversário, Geraldo Alkmin, e juntando toda essa enorme coalizão, conseguiu que seu adversário fosse o primeiro presidente a não conseguir se reeleger depois da instituição desse instrumento legal.
Agora se existe em termos de grupos político/ideológico, existe um vencedor inconteste dessa última eleição: o “Bolsonarismo”, que de um grupelho insignificante no nosso cenário político nacional, se transformou na corrente política mais importante da “direita” de nosso cenário político, com uma quantidade extraordinária de seguidores, fiéis e alguns sem o menor espírito de autocrítica, que fazem das redes sociais seu campo de batalha predileto, sem se importar com nenhum tipo de autocrítica. Vou dar um exemplo: como estávamos na Semana Santa, se comparou a escolha de Barrabás enquanto se pediram a crucificação de Jesus pelos judeus, em que soltaram o ladrão. Como uma pessoa que leu muito sobre esse fato, o povo judeu sempre desejou um messias com Davi, um rei guerreiro que combatesse e expulsasse os romanos da Terra Santa. O próprio nome Barrabás em hebreu significa: “filho do pai” bar – filho, abbas – Pai. Ele era um rebelde que combatia os romanos, que na época ocupavam a Terra Santa, e não compreendiam, como até hoje não compreendem o novo projeto de Deus, o da Paz. Mas voltando ao assunto: meu amigo disse que era um ladrão como Lula, que a direita nunca comprovou esse desvio de verbas púbicas. Mas é uma mentira que de tão repetida o “gado” replicou e caiu na boca de seus seguidores, que não aceitam nenhum argumento que conteste esse dogma para eles.
Ví há pouco tempo uma entrevista de Ciro Gomes, um político que considero bastante inteligente, em que fez uma crítica bastante ofensiva ao governo Lula, enquanto tecia elogios ao ex-presidente Bolsonaro. Ciro, que nada tem de bobo, muito ao contrário, ele tem um extraordinário poder de persuasão, está vendo que Bolsonaro não será candidato na próxima eleição, na minha opinião, tenta se colocar como um candidato a herdar o enorme espólio deixado por Bolsonaro; se ele vai ser bem sucedido ou não, o tempo dirá.
Então o que se coloca à nossa frente, é uma nova espécie de esfinge, que nos olha e diz: decifra-me ou te devoro. E nós, como novos Édipos teremos que decifrar. Disso depende o futuro de nosso país.
Recife, 02 de abril de 2024
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