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Maria do Carmo

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A dualidade do período natalino

26/12/2014 às 17h29

O “Natal”: o que prevalece nos dias atuais, celebrar a vinda do Messias ou investir nas compras e presentes do Papai Noel?Para algumas religiões e doutrinas o período natalino é mais uma oportunidadedas pessoas refletirem suas práticas cotidianas em busca de uma reformainterior  a fim da renovação na sua forma de pensar e lidar com os seus semelhantes, é uma espécie de limpeza espiritual. Isto funciona através dos novos propósitos de encarar a vida num clima inovado no qual a prática do bem constitui a bússola norteadora de uma vida humanitária.

Sem querer tornar este episódio superficial e que às vezes para muitos passa despercebido o verdadeiro significado de tão importante evento, celebrar o nascimento de Jesus Cristo constitui algo fundamental para a nossa transformação. Precisamos considerar que o Deus Menino é o maior símbolo do bem. Diante de tão belo ser no qual a pureza e a áurea angelical nos sensibiliza e nos faz ver que é necessário abusca na minimizaçãodo nosso egoísmo, insensatez, orgulho e tantos outros sentimentos queresultam numa prática de vida anticristã.

A interiorização do espírito natalinoé fundamentada na inovação na maneira de pensar e encarar o mundo caracterizada através de atitudes  mais fraternas. Isto acontece dentro de cada um de nós, seja no maissofisticado ambiente à mais simples morada, o que importa é o compromisso com a mudança no íntimo do nosso ser. É um período em que as mensagens com palavras bonitas e adocicadas constituem grandes cargas metafóricas: tudo para embelezar a ternura do “natal”, o repicar dos sinosanunciam o clima de paz, as luzes e o coloridos deste tempo constroem um clima do céu. Se há uma atmosfera tão suave éo momento propício para as transformações nem que sejam mínimas, porém de grande valor.

Também é o tempo em que as pessoas ficam mais preocupadas para comprar aquela roupa bonitaàs vezes “bem cara”, calçados luxuosos, isto  é importante, nada contra, se vestir bem sem orgulho, sem sentimento de grandeza não é errado, afinal somos matérias e precisamos conviver com esta realidade, é normal. O que não pode acontecer,éa forma exagerada de valorização de tais aspectos que muitas das vezes o nosso interior torna-se escuro, triste criando apenas uma falsa felicidade. É bom renovar o uniforme para a festa natalina, mas melhor ainda é fazer da sua mente um instrumento de pensamentos novos iluminados na trilha da humanização, do amor fraterno.

No período natalino o outro lado da moeda nos vem à mente “dinheiro” e junto do mesmo o materialismo, o consumismo. O que foi dito nos parágrafos anteriores constitui o oposto numa sociedade em que a visão capitalista empurra as pessoas a serem meros objetos consumidores os quais são forçados a valorizarem o material mesmo sem terem condições de comprarem algo resultando nas frustrações degenerações de alguns. Diante disso duas linhas contrárias à proposta de Jesus são formadas: de um lado a construção de uma sociedade egoísta e desumana do outro, o grande predomínio das desigualdades sociais. 

Neste contexto aparece o “Papai Noel” o “Bom Velhinho”, que não deixa de ser belíssimo, com sua fisionomia graciosa e carinhosa nos transmite um clima de amor. Nas crianças a figura do Papai Noel produz grandes efeitos que nas entrelinhas poderão ser prejudicial no estado emocional das mesmas por conta de se condicionar o Papai Noel simplesmente ao presente, mas isto é a grande sabedoria do ideal capitalista. Isto é tão forte que muitos pais e mães estão se deixando influenciar portal ideia passando para os filhos e filhas que o natal é o imaginário Papai Noel, claro, com presentes“caros”,  certamente quem não pode dar um presente  não vive o natal? Nesta ótica desumana,o sentido do natal ficou muito distante para as duas situações.

É comum se assistir na TV discursos de pais e mãescondicionados à felicidade supérflua quando reforçam o valor financeiro do presente e exibem com orgulho o carrinho com grandes quantidades de objetos,  isto pode resultar numa sociedade de futuros jovens os quais  não saberão cultivar os valores humanos, o respeito aos seus semelhantes. Pais que futuramente poderão ser vítimas de seus próprios filhos uma vez que não tendo dinheiro para comprar o presente de natal não há festa de natal e sim mau humor e revolta.

Ninguém é contra a troca de presente, existe até o “amigo doce”, o que motivaa fabricação e consumo dos chocolates também é bom dar um presentinho a alguém que a gente gosta no entanto considerar que o natal é apenas isso, é agravante. Portanto é preciso esperteza com relação a certas ideologias manipuladoras que induzem as pessoas a agirem como se não fossem mais seres pensantes. São falsos discursos com roupagens magníficasque tornam o ser humano desumano e mero instrumento de consumo. 

É preciso discernir o valor da espiritualidade emitido através da imagem do menino Jesus e do sentido dos presentes que o Papai Noel traz na sua mochila. Que os sinos do mesmo seja uma aleta para uma reflexão em cada um de nós.

Professora Maria do Carmo de Santana
Cajazeiras,23 de  Dezembro de 2014


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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