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Francisco Inácio Pita

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A água do São Francisco e como será usada em região

23/11/2021 às 21h37

Coluna de Francisco Inácio Pita. (Foto: reprodução/internet).

Por Francisco Inácio Pita

Eu gostaria de iniciar mais um artigo me dirigindo aos nossos representantes e quero começar pelos vereadores, e seguir até a Assembleia Legislativa da Paraíba, Congresso Nacional e Câmara dos Deputados. Vocês têm a obrigação de criar, aprovar e acompanhar a execução de projetos para o aproveitamento das águas do São Francisco em nossa região.

Será que a água do São Francisco e das chuvas que estão sendo armazenadas nas barragens de Morros, Boa vista, Caiçara e Boqueirão, quando for liberada pelos órgãos federais para o uso, vão ser usadas pelo povo em projetos irrigações? Qual o projeto dos governos: federal, estadual e municipal para o aproveitamento dessas águas? Será que não corre o risco delas ficarem armazenadas e serem usadas apenas para o consumo humano e principalmente nos anos de seca? Perguntar não ofende, e eu acrescento: perguntar não ofende desde que a pergunta não atinja a dignidade pessoal do indagado ou dos indagados. Se já existe algum projeto pronto e aprovado eu não tomei conhecimento, como o meu trabalho é defender a população, me considero um defensor do povo, mesmo sem mandato de representatividade, estou cobrando ações concretas, eu falei ações concretas. Promessas são coisas de santos, e infelizmente no meu executivo e legislativo brasileiro santo não existe. Se já tem projetos idealizados ou até mesmo aprovados, se possível, me envie uma cópia para o E-mail: [email protected]

E porque eu imagino que tanta água poderá ficar parada nas barragens, o açude de Boqueirão tem mais de 80 anos de sua existência e nunca foi feito nenhum projeto de irrigação para o aproveitamento de suas águas. E quando tem irrigação é de pequeno tamanho e de forma isolada. Será que faltou até agora vontade dos representantes dos municípios de Cajazeiras e São José de Piranhas? Ou foi pouco interesse dos rendeiros do açude de Boqueirão?

Na década de 80 o governador da Paraíba Tarcísio de Miranda Buriti, fez a doação de 52 barcos equipados com motores a diesel e o kit completo de irrigação. Com um total de 52 motores distribuídos nas margens do açude de Boqueirão naquela época, muitos rendeiros fizeram o seu plantio de milho, arroz e feijão, frutas e verduras e por conta própria, por que o governo da época deu os barcos com os motores a diesel e o kit de irrigação, mas não deu incentivo financeiro para o desenvolvimento da irrigação, mesmo assim, muitos rendeiros nos anos de seca colhia a produção para sua sobrevivência e uma parte dessa produção era vendida nas feiras livres da região e com esses pequenos recursos compravam outros mantimentos para a sua sobrevivência.

Está provado que se tiver interesse, teremos uma boa produção em nossa região. Hoje os motores quase não existem mais e os pequenos projetos de irrigação quando existem, são feitos de outras formas. Com o aumento exagerado dos combustíveis torna-se inviável o uso de motores a diesel e a energia elétrica também tem um preço muito elevado nos últimos anos.

Novamente vem a vez dos nossos representantes:

1. Cabe ao legislativo municipal, estadual e federal criar, aprovar e cobrar a execução de projetos completos de irrigação para a nossa região;

2. Não esqueça que todo projeto feito por um vereador e um deputado, só está completo quando estiver sendo usado pelo povo, é obrigação do legislador cobrar do executivo até o fim;

3. A ideia seria liberar verbas diretamente entre os bancos e as pessoas que vão trabalhar diretamente com a irrigação para evitar desvio e roubalheira, ter quem oriente a forma técnica de desenvolver os projetos, e quem de direito fiscalizar com muito rigor a aplicação desses recursos. Essas verbas seriam para a compra de máquinas agrícolas e outros utensílios importantes para o desenvolvimento do projeto de irrigação. Hoje o agricultor precisa de máquinas para produzir mais, acabou o tempo somente da enxada, foice, roçadeira e outras ferramentas manuais. Para ter uma boa produção o agricultor precisa das ferramentas manuais, mas também de força mecânica;

4. Outra ideia seria baixar o preço da energia elétrica e combustível para as pessoas que vão trabalhar com projeto de irrigação. Com a chegada e a liberação da água do São Francisco para o uso, teremos uma grande quantidade de água nos reservatórios de Morros, Boa Vista, Caiçara e Boqueirão, esperamos que essa água seja aproveitada na plantação legumes, verduras e frutas para abastecer o nosso município e a região, e quem sabe até vender para outros estados;

5. Precisamos organizar associações comunitárias e cooperativas para a compra e venda dos produtos agrícolas produzidos pelas pessoas que vão trabalhar com irrigação;

6. Hoje os verdureiros de nossa região vão comprar os seus produtos em outras localidades e muitos deles até em outros estados;

7. Para acontecer grandes projetos de irrigação, precisa do interesse dos habitantes das margens dos açudes e dos nossos legítimos representantes que devem conseguir recursos para o desenvolvimento dos projetos;

Você pode me perguntar, de onde vão tirar dinheiro para tanta ação, se os nossos representantes quiserem tem dinheiro, eles aprovaram mais cinco bilhões de reais para ser gasto na campanha eleitoral? Com menos da metade desse dinheiro, elaborava e executava diversos projetos de irrigações, e com a produção daria para abastecer a nossa região e até vender para outros estados, gerando emprego e renda;

Os nossos representantes devem lutar para conseguir o financiamento de máquinas agrícolas com pagamento em longo prazo e juros baixos, ou quem sabe através de associações comunitárias, conseguir até à fundo perdido, o governo pode fazer isso, é só ter boa vontade. tem dinheiro para o fundo eleitoral do próximo ano, são mais de cinco bilhões de reais dado aos partidos políticos. Repito, com menos da metade do dinheiro gasto no fundo eleitoral doado aos partidos políticos, daria para criar muitos polos de irrigação em nossa região e chegar às quatro barragens de São José de Piranhas e Cajazeiras.

Mas precisa também de gente que tenha interesse em trabalhar com irrigação. Se o governo incentivar e aparecer pessoas interessadas em trabalhar com projeto de irrigação, a nossa região iria melhorar financeiramente e geraria emprego em renda para muitas famílias, e dependendo da quantidade da produção, evitava que os vendedores de frutas e verduras de São José de Piranhas e região, tivessem que se deslocarem semanalmente para outras regiões para adquirir os produtos. O custo com o transporte diminuía, e poderia vender os produtos pelo menor preço. Temos com certeza muita água e terra apropriada para plantar diversos tipos de legumes, frutas e verduras, e com a produção abastecer São José de Piranhas e outras cidades das regiões de Cajazeiras e Sousa e quem sabe, até exportar para outros estados.

O que falta é somente organização dos interessados em projetos de irrigação, cobrar a preço de ontem, se ainda não tem projetos de irrigações para o aproveitamento das águas do Velho Chico que será em breve liberado para o uso em nossa região.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

Contato: [email protected]

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Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

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