Em Juazeiro, devotos e padre de Cajazeiras comentam perdão da Igreja a padre Cícero
Em dezembro de 2015 o Vaticano anunciou a reconciliação de padre Cícero com a igreja. Com isso não há mais restrições para que ele seja beatificado
A gigantesca estátua do padre Cícero Romão Batista em Juazeiro do Norte-CE é um dos monumentos religiosos mais visitados do mundo. Graças à devoção que a maioria dos católicos sertanejos tem pelo padre considerado santo popular e às várias lendas que o envolvem, a imagem de 27 metros de altura localizada na Colina do Horto recebe dezenas de visitas por dia, seja de fieis, seja de turistas interessados em conhecer o local, onde há também um museu e uma igreja.
A devoção do povo a padre Cícero desafiava até mesmo a própria Igreja Católica, afinal ele morreu em 1934 sem conciliação com o Clero após o caso conhecido como “milagre da hóstia”, sobre o qual o Vaticano afirmava que o padre interpretou de forma equivocada a teologia bíblica e por isso foi proibido de exercer funções eclesiásticas. Segundo a crença popular, uma hóstia dada pelo padre Cícero virou sangue na boca de uma beata.
Mas em dezembro de 2015 o Vaticano anunciou a reconciliação de padre Cícero com a religião. Com o perdão, não há mais fatores impeditivos para que o “santo popular” do interior do Ceará seja beatificado ou canonizado, segundo o chanceler da diocese do Crato, Armando Lopes Rafael.
A reconciliação, que está sendo chamada de “dia do perdão” pelos fieis, permitiu inclusive que pela primeira vez uma imagem de padre Cícero adentrasse um templo católico. Isso aconteceu no dia 30 de janeiro deste ano durante a romaria das Candeias, que atrai cerca de 300 mil católicos à cidade. Com a reconciliação, a diocese espera que as visitas ao santuário aumentem.
A história de padre Cícero também passa pela cidade de Cajazeiras, afinal ele foi amigo e aluno do padre Inácio de Souza Rolim, fundador da cidade, nos primórdios da educação no Alto Sertão paraibano.
Há quem diga que graças a essa amizade, Cajazeiras se tornou uma cidade politicamente protegida e que pela influência de padre Cícero, Lampião e seu bando não passaram pela terra do padre Rolim.
“Isso é motivo de alegria para nós, para todos os cristãos que temos na figura do padre Cícero esse grande homem íntegro, santo, que estudou na nossa cidade e fez história aqui, agregou gente da região toda. Futuramente, com certeza, a partir das constatações, dos documentos e dos milagres, padre Cícero com certeza será canonizado e santificado ao longo do tempo”, disse o padre cajazeirense Francivaldo Albuquerque.
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