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VÍDEO: Assustados com risco de catástrofe na região de Boqueirão, ribeirinhos fazem apelo aos políticos

Ribeirinhos de Cajazeiras pedem que alguma providência seja tomada para evitar que Boqueirão transborde por sobre a barreira da ensecadeira e provoque uma catástrofe de grandes proporções

Por Luis Fernando Mifô

16/04/2024 às 17h15 • atualizado em 16/04/2024 às 17h39

Mais um período chuvoso banha o sertão da Paraíba e novamente as comunidades ribeirinhas do açude Engenheiro Avidos (Boqueirão de Piranhas), em Cajazeiras, voltam a conviver com o medo de uma catástrofe devido a uma obra que já se prolonga por pelo menos quatro anos.

O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) vem executando a recuperação da parede e das comportas de Boqueirão. Para possibilitar os trabalhos, foi feita uma barragem de areia, chamada de ensecadeira, mas que está quase sendo superada pela água do açude. De acordo com a atualização mais recente da Aesa (Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba), Boqueirão está com 122.480.509 m³ (sua capacidade máxima é de 293.617.376 m³)

A vazão pelas comportas já está causando prejuízo para produtores do perímetro irrigado de São Gonçalo, no município de Sousa, e das várzeas de Sousa. O que os ribeirinhos de Cajazeiras pedem é que alguma providência seja tomada para evitar que Boqueirão transborde por sobre a barreira da ensecadeira e provoque uma catástrofe de grandes proporções.

Obra do DNOCS no Açude de Boqueirão, em Cajazeiras (Foto: Isaías Oliveira )

No programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão, o líder ribeirinho conhecido como Dr. Pila sugeriu uma medida que, segundo ele, representaria “risco zero” de inundação. A dica é que se a água passar pela ensecadeira, as comportas sejam fechadas para encher o bolsão enquanto o nível do Rio Piranhas baixa. Após esvaziar a ensecadeira, a comunidade ajudaria a recuperar a barragem.

“Por que risco zero? Porque aí você teria o controle das águas para São Gonçalo, daria para encher e depois, gradativamente, poderia fazer um planejamento de liberação dessas águas que não desse prejuízo nem a nós ribeirinhos, nem aos irrigantes de São Gonçalo, nem tampouco nossos irmãos das várzeas de Sousa”, explica.

Dr. Pila critica a inércia da bancada da Paraíba em Brasília acerca do problema. “O grande problema é que os políticos paraibanos veem apenas Campina Grande e João Pessoa. Nós do interior aqui, não tem visão quase nada para esses políticos”, disse.

Manoaldo Lima, conhecido como Manu, que também é ribeirinho em Boqueirão, alerta que o risco de inundação é iminente. “Boa Vista chegando a sangrar – com as águas vindo dos outros afluentes -, vai transordar por cima dessa ensecadeira, e aí vem a catástrofe”, alerta.

“O que nós pedimos dos nossos deputados federais e senadores é que cobrem diretamente do presidente da República que faça uma obra mais eficaz, que vá buscar recursos (…). Essa obra está igual àquela da Tapajós na estrada de Boqueirão, que não anda, dá um passo pra frente e dez pra trás”, protesta o pescador.

Ensecadeira feita no Açude de Boqueirão, em Cajazeiras (Foto: Isaías Oliveira)

O que diz o DNOCS

Através de uma nota de esclarecimento, o DNOCS afirma que “algumas medidas estão sendo tomadas na barragem” e que após uma diminuição de 10cm no volume do açude, “uma equipe especializada está realizando monitoramentos contínuos no local”.

“O DNOCS já está com profissionais mobilizados com equipamentos, trabalhando na elevação da cota do coroamento e, se necessário, promover o içamento das comportas do vertedouro para uma maior descarga do volume de água”, diz a nota.

DIÁRIO DO SERTÃO

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