Aeroporto de Cajazeiras recebe visita para avaliar implantação de linhas comerciais e analista prevê destruição da pista em um ano e meio. Veja!
"Perante a atual situação, o balizamento noturno do aeroporto é supérfluo. Todas as atenções deveriam estar voltadas para um reforço nas estruturas da pista", disse.
O engenheiro Alexandre Costa reafirmou nesta quinta-feira (6), que o aeroporto de Cajazeiras não tem capacidade para pousar jato, como afirmou o governador Ricardo Coutinho (PSB), na última visita a Terra do Padre Rolim. Segundo o engenheiro, as informações sobre a baixa capacidade do aeroporto são da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que avaliou que a pista não comporta voos de aeronaves movidas à jato.
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Alexandre Costa reconheceu e agradeceu o esforço do Governador Ricardo Coutinho (PSB), em dotar este equipamento aeroviário de plena condições operacionais, mas assegurou que o aeroporto ainda não dispõe de atrativos para linhas comerciais serem instaladas na cidade.
Visita
Nesta quinta-feira, técnicos da empresa de Transportes Aéreos Glória LTDA de João Pessoa estiveram visitando o aeroporto visando à possibilidade da implantação de linhas aéreas diárias entre Cajazeiras e a capital paribana, mas segundo relatório encaminhado ao Diário do Sertão pelo Analista Sênior e planejador estratégico de linhas regionais, Cláudio Lemes, caso a empresa se instale na cidade, em apenas um ano e meio a pista estará destruída.
“Caso, a Anac autorize o pouso dessas aeronaves, ATR72 e ATR42 em Cajazeiras, a pista terá vida útil de 1 ano e seis meses. Após esse período sua deterioração será rápida e completa. Aparecerão buracos no asfalto, que por sua vez, causarão estouro dos pneus durante o pouso”, previu ele.
O analista explicou que a embora a pista seja de um tamanho bom, 1.600 x 30m, a sua resistência asfáltica é baixa. É o tal do PCN, letras iniciais das palavras do inglês Pavement Classification Number ou Número de Classificação do Pavimento. Em Cajazeiras o PCN é 6, equivale ao asfalto suportar uma aeronave de 12 toneladas.
“A empresa Transporte Aéreos Maria da Glória, da Paraíba, se autopromove como a primeira aérea a voar e atender os anseios da população de Cajazeiras, brevemente, com a aeronave ATR42 da série 500 ou ATR42-500 de capacidade de 46 passageiros. Mais uma vez, essa aeronave voando para Cajazeiras com aproximadamente 16.500 quilos ultrapassará o peso permitido da pista”, apontou Cláudio Lemes.
Balizamento
Quanto ao balizamento, o analista afirmou que o balizamento noturno nesta atual conjuntura não trará ao aeroporto de Cajazeiras grande contribuição, pois, a garantia de pousos noturnos não vão atrair empresas que operam em todo Brasil como a Azul e Passaredo, pois o atrativo seria melhorar as condições da pista.
Ele explicou que As empresas Azul e Passaredo operam o turboélice Euro-Italiano (Consórcio Airbus 50%-Leonardo (Itália) 50%) ATR72 da série 600 ou simplesmente ATR72-600 de 70 passageiros. Quando carregada a aeronave pesa 24 toneladas, muito acima de 12 toneladas permitidas em Cajazeiras.
“Perante a atual situação, o balizamento é supérfluo. Todas as atenções deveriam estar voltadas para um reforço nas estruturas da pista. Eu, como profissional da aérea fiquei incrédulo com o projeto do aeroporto regional de Cajazeiras e seus erros primários. Atualmente, as cidades médias já estão projetando seus aeroportos não mais para 70 passageiros, mas para a segunda geração de turboélices que acomodarão 90 passageiros. Não podemos construir aeroportos para o hoje. O hoje, já é passado”, Opinou Cláudio.
O analista disse que as dimensões do aeroporto de Cajazeiras são muito boas, 1.600m de comprimento por 30m de largura (1.600 x 30m), são compatíveis a um aeroporto regional que normalmente tem a pista mínima de 1.650 x 30, relembrando que o menor jato comercial voando no Brasil é o Embraer E190 operando pela Azul. Pesa aproximadamente 50,3 toneladas.
“O aeroporto não precisa de balizamento para entrar em funcionamento. Ele pode ter sua operação normal com voos visuais que ocorrerão entre o nascer e o pôr do sol”, finalizou ele.
Documento da Anac
DIÁRIO DO SERTÃO
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