OBA: Engenheiros da Transposição prometem água a partir de janeiro na Paraíba. Confira!
Obras da integração do São Francisco estão em fase final e devem ser entregues até janeiro de 2017
A Revista NORDESTE viajou em uma caravana que visitou vários pontos das obras da Transposição do Rio São Francisco. Na expedição pode ser evidenciado que o trabalho está chegando a uma conclusão e a solução para a seca nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Pernambuco pode estar muito próxima de ser alcançada.
A maior obra de recursos hídricos da história do Brasil está muito perto de ser concluída. Pelo menos é o que se pode afirmar após uma visita de dois dias às obras dos eixos Norte e Leste da Transposição do Rio São Francisco nos estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba.
A Revista NORDESTE acompanhou uma caravana formada por técnicos, professores e políticos que saiu de João Pessoa no dia 28 de maio. O intuito era visitar as obras da Transposição do Rio São Francisco e obter conhecimento do andamento dos trabalhos, para saber de fato quando as águas estarão abastecendo os reservatórios da Paraíba e dos estados vizinhos.
A entrega das obras da Transposição está prevista para janeiro de 2017. No entanto, a data da inauguração já foi remarcada algumas vezes ao longo dos anos. Iniciada no Governo Lula, o obra tinha previsão para ser concluída em 2012 e de lá para cá já extrapolou o novo prazo estabelecido reiteradamente. Com este sentimento, a comitiva dirigiu-se para o interior da Paraíba carregada de dúvidas e incertezas, além de um grande temor a respeito do que será da população quando as águas dos reservatórios secarem.
O grupo saiu da capital direto para São José de Piranhas, no Sertão da Paraíba, onde puderam observar obras da Meta-3 do Eixo Norte, incluindo a barragem Boa Vista e o túnel Cuncas. A comitiva seguiu viagem passando por Jati, no Ceará, que marca o início da Meta-2, e chegou em Cabrobó, na divisa do Estado de Pernambuco com a Bahia, por onde corre o Rio São Francisco. Lá foi possível ver as obras da Meta 1, incluindo as Estações de Bombeamento 1 e 2, sendo que a primeira já foi entregue e está em funcionamento e a segunda já com as obras concluídas e em fase de testes.
Todo esse trajeto foi acompanhado pelo engenheiro do Ministério da Integração, Dr. Jorge Massuyama, coordenador das obras do Eixo Norte. Massuyama reafirmou que as obras estarão concluídas até o dia 30 de janeiro de 2017.
A visita ao Eixo Leste ficou prejudicada. Devido à grandiosidade das obras e os vários quilômetros percorridos, o cronograma da viagem acabou ficando apertado para ser percorrido em dois dias. Tudo que o grupo viu foi a Vila de Produção em Monteiro, na Paraíba, que já é parte da Meta 3 do Eixo Leste. Lá o coordenador Flávio Cândido também garantiu que a data estipulada será cumprida. “Eu e mais quatro mil homens estamos trabalhando para cumprir esse prazo”. A comitiva saiu de Monteiro com a palavra de Cândido e a promessa de voltar em um outro momento para fazer, nas palavras de João Fernandes, presidente da Aesa, “o teste de São Tomé, vamos ver como estão as obras”.
Ao fim da viagem, Fernandes, que também liderou o grupo durante o trajeto, compartilhou as impressões que teve das visitas e o que esperar do resultado das obras. “Consideramos essa obra fundamental para dar segurança hídrica, urbana, humana e animal para Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco e Paraíba. O resultado do que vimos é extremamente positivo”. Além dos coordenadores dos trechos, que garantiram que as obras estão avançadas e em bom ritmo, Fernandes lembrou que alguns membros do Governo Federal também avalizaram a data. “O Secretário do Ministério da Integração, Osvaldo Garcia, o ministro interino, Carlos Vieira, o representante do ministro, Iranir Pontes, pessoas da maior responsabilidade, afirmaram que vão entregar as obras. Você precisa de fatos concretos para dizer que vai haver falha. Prefiro acreditar na palavra do Governo”.
Acreditar que a obra ficará pronta a tempo não é apenas uma opção, mas uma necessidade. O reservatório Epitácio Pessoa, conhecido como Boqueirão, abastece a cidade de Campina Grande e mais 18 municípios da região. São mais de 700 mil pessoas que dependem de uma barragem que hoje tem aproximadamente 5% da sua capacidade total. Se não for pelas águas do São Francisco, a única chance de Boqueirão encher é pelas águas das chuvas. A Paraíba precisa, urgentemente, das águas do São Francisco. “Não existe Plano B. Pelo resultado que vimos devemos lutar para que o Governo cumpra sua palavra. Os deputados federais de Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, e os senadores, principalmente, devem colocar essa questão como prioridade número 1 desses estados”, apontou.
A convite da Agência Executiva de Gestão das Águas (AESA), na pessoa do seu presidente, João Fernandes, estiveram presentes na comitiva membros de diversos órgãos que têm interesse direto no resultado das obras. Tais como a Secretaria de Infraestrutura, dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia da Paraíba (Seirhmact), Secretaria de Saúde da Paraíba (SES), Secretaria do Desenvolvimento da Agropecuária e Pesca da Paraíba (Sedap), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (FAEPA), Federação das Associações de Municípios da Paraíba (FAMUP) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Também estiveram presentes professores da Universidade Federal de Campina Grande e da Universidade Estadual da Paraíba.
Revista Nordeste
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