Mesorregião do Sertão Paraibano
A Mesorregião do Sertão Paraibano limita-se ao Norte com o Rio Grande do Norte, ao Sul com Pernambuco, a Leste com a Mesorregião da Borborema e a Oeste com o Estado do Ceará.
A mesorregião do Sertão Paraibano é uma das quatro mesorregiões do estado brasileiro da Paraíba. É formada pela união de 83 municípios agrupados em sete microrregiões.
Principais Centros Urbanos
# Patos.
# Sousa.
# Cajazeiras
Centros Urbanos Médio-Grandes
* Catolé do Rocha.
* Pombal.
* Princesa Isabel.
Centros Urbanos Médios
* Teixeira.
* Itaporanga.
* Piancó.
* Brejo do Cruz.
Microrregiões
* Cajazeiras
* Catolé do Rocha
* Itaporanga
* Patos
* Piancó
* Serra do Teixeira
* Sousa
Localização geográfica:
A Mesorregião do Sertão Paraibano limita-se ao Norte com o Rio Grande do Norte, ao Sul com Pernambuco, a Leste com a Mesorregião da Borborema e a Oeste com o Estado do Ceará. Abrange uma área de 22.697,50 km2, correspondendo a 40% do território estadual, sendo composta por oito microrregiões: Catolé do Rocha, Cajazeiras, Sousa, Patos, Piancó, Itaporanga, Teixeira, totalizando 83 municípios (mapa IV). Apresenta um bom potencial hídrico, sendo drenada pelas bacias dos rios Piancó, Piranhas e Peixe, de grande importância para região por serem perenizados em quase todo o seu percurso.
Seus principais centros urbanos são: Patos, Sousa, Cajazeiras e Catolé do Rocha.
Histórico da colonização
A Mesorregião do Sertão Paraibano teve sua ocupação inicial marcada pela pecuária, a qual era praticada de modo ultra-extensivo. A partir do século XVIII surge o binômio gado/algodão, associada a uma policultura alimentar tradicional e diversificada.
A atividade cotonicultura desempenhou historicamente um importante papel na organização econômico-social das microrregiões sertanejas da Paraíba. Essa importância relaciona-se, de um lado, ao fato desse produto poder ser cultivado em associação com lavouras de ciclo curto e, de outro lado, por ele ser explorado em todos os padrões de propriedade e por produtores proprietários e não proprietários, como os parceiros e arrendatários. Além disso, a cotonicultura se constituiu ao longo do tempo, numa atividade complementar da pecuária, contribuindo para a formação da renda familiar das camadas mais pobres da população, notadamente dos pequenos produtores rurais, tendo sido também responsável pela viabilização das relações de produção do tipo arrendamento e parceria na região do sertão.
A importância econômica do algodão relaciona-se também à sua contribuição na formação da receita do Estado. Nas áreas agrestinas e sertanejas, o peso do algodão na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadoria (ICM) foi sempre mais alto que o da policultura alimentar. Entretanto, a partir de 1983, a praga do bicudo começou a atacar os algodoeiros do Estado, como em todo o Nordeste, destruindo grande parte dos algodoais existentes. Até 1985, porém, sua ação devastadora ficou mais concentrada no Agreste. Entre 1980/1985 observou-se até mesmo uma certa expansão da produção sertaneja. Em 1984, embora a área colhida tenha se reduzido, a quantidade produzida deu um salto, crescendo quase oito vezes em relação ao ano anterior.
Como esse comportamento foi influenciado pela seca de 1982-83 que afetou pesadamente a agricultura estadual, ele não persistiu até o final da década. A persistência dessa situação já está tendo fortes repercussões sobre as relações de trabalho do tipo arrendamento e parceria nas regiões sertanejas, pelo fato de que essas formas de trabalho se alicerçaram, historicamente, com base na combinação gado-algodão-policultura alimentar. Leve-se, ainda, em conta que sendo o algodão a principal fonte de renda monetária do pequeno produtor rural, a erradicação promovida pelo bicudo acarretou forte deterioração na condição de vida na região. Por sua vez, como a alternativa encontrada pela grande propriedade para a crise do algodão foi a expansão das áreas de pastagens, as oportunidades de ocupação alternativa do parceiro e do arrendatário reduzem-se drasticamente.
Deste modo, a quase que completa extinção da cotonicultura modifica profundamente as formas tradicionais de organização econômica e social do semi-árido paraibano, contribuindo, de modo particular, para o declínio da parceria e do arrendamento na mesorregião do sertão. Eram essas relações de trabalho que, bem ou mal, mantinham a base da reprodução de um número significativo de unidades de produção familiar sertanejas.
Atualmente, devido a perenização de seus rios, e com a expansão do complexo Coremas/Mãe DAgua, canal com 51 Km de extensão, a irrigação tem criado no sertão o que se chama “áreas de exceção” com combinações agrícolas diversificadas fruticultura; algodão; arroz; horticultura; tubérculos; feijão, milho. A pecuária de grande e médio porte, voltada para produção de leite e seus derivados vem ganhando espaço quantitativo e qualitativo.
Clima
O território ou Mesorregião do Sertão Paraibano apresenta, segundo a classificação de Koopen, tipo climático AW – quente e úmido com chuvas de verão e outono. Embora as precipitações não sejam pequenas com médias em torno de 800 mm a irregularidade da mesma dá lugar a características de aridez semelhantes ao Bsh, ocorrendo anos de período chuvoso quase ausente.
O período chuvoso concentra-se de Janeiro a Março e a estação chuvosa inicia-se em maio indo até dezembro.
As médias de temperatura nunca são inferiores a 24º C e a umidade relativa do ar inferior a 75%.
Solos
As principais unidades de solos encontradas no território ou Mesorregião do Sertão Paraibano são: LUVISSOLOS, VERTISSOLOS, NEOSSOLOS FLÚVICOS E NEOSSOLOS LÍTÓLICOS
Os LUVISSOLOS caracterizam-se pela presença de um horizonte B textural com argila de atividade alta e desprovido de A chernozêmico, sendo o horizonte A do tipo fraco ou moderado. São geralmente pouco profundos (60 a 120 cm) com seqüência de horizonte, Bt e C com nítida diferenciação entre os horizontes A e Bt, devido os contrastes de textura, cor e/ou estrutura entre os mesmos. A drenagem é de moderada a imperfeita, além de apresentar em alguns casos excessiva pedregosidade.
Os VERTISSOLOS são solos tipicamente argilosos e muito argilosos (argila de grade 2:1), com distribuição uniforme ao longo do perfil. Essas argilas expansivas, pelo seu poder de contração e expansão, provocam típicas superfícies de fricção e rachaduras, originando um micro relevo (gilgai). Possuem boas propriedades químicas e mineralógicas, porém, com propriedades físicas que dificultam o manejo e uso do solo.
Os NEOSSOLOS FLÚVICOS são solos pouco evoluídos, apresentam pequena expressão dos processos responsáveis pela sua formação, que não conduziram, portanto, a modificações expressivas do material originário. Diferencia-se em grande parte pelo seu material de origem e paisagem, (planícies fluviais, sedimentos arenosos marinhos ou não). Ocorrem nas áreas ribeirinhas das bacias dos rios do Peixe Piranhas Piancó e em alguns afluentes destes rios, apresentando para região semi-árida áreas com bom potencial para as explorações hidroagrícolas. Enquanto os NEOSSOLOS LITÓLICOS, são em geral rasos, com espessura inferior a 50cm, possuindo, em geral, uma estreita camada de material terroso sobre a rocha, ocorrendo mais freqüentemente, em áreas de relevo acidentado.
Estes solos apresentam grande potencial para aproveitamento hidroagrícola, embora necessitem de um manejo eficiente devido a sua tendência a salinização e a sodificação impostas pelas condições climáticas, com exceção dos NESSOLOS LÍTOLICOS que se prestam apenas, em alguns casos, para plantio de palma forrageira ou quando bem manejadas as culturas resistentes e de pequeno sistema radicular.
Estrutura fundiária
Segundo o Censo demográfico de 2000 (IBGE), a Mesorregião do Sertão apresenta uma população de 819.049 habitantes, dos quais 492.713 pessoas residem no meio urbano e .326.327 pessoas no meio rural. Sua estrutura fundiária – IBGE, Censo Agropecuário 1996 – apresenta 39,60% de estabelecimentos agropecuários no estrato de até 10ha, seguido do intervalo de 10 a 50ha com 39,44%, quando se considera a condição legal das terras. Na condição do produtor, 90,74% são proprietários, enquanto 9,26% são arrendatários, parceiros e ocupantes.
Sistemas de produção trabalhados na mesorregião do sertão paraibano
Fruticultura
Apesar dos óbvios atrativos da fruticultura em termos de criação de empregos, valor agregado, obtenção de divisas e rentabilidade ao nível dos empreendimentos, a política agrícola no Brasil encontra-se centrada no binômio grão e pecuária.
A demanda por produtos alimentícios de alta qualidade cresce regularmente nos países desenvolvidos, provocados por importantes aumentos do consumo, principalmente de frutas frescas.
As soluções de exploração agrícola devem se adaptar às condições locais, para o sucesso dos empreendimentos, fugindo do macroplanejamento e de soluções importadas de outras regiões que têm sido inoperantes.
Inúmeras são as plantas frutíferas que têm importância econômica atual ou potencial no Nordeste. Algumas delas, no entanto, sequer têm dados levantados estatísticos ou foram objeto de estudos. De certa forma, isso prejudica um delineamento mais seguro com relação a uma política de desenvolvimento, muito embora para a pesquisa sejam mais precisos os indicadores ecológicos, quando na fase inicial.
As frutas mais importantes do ponto de vista econômico têm uma participação muito forte na agenda agrícola do Nordeste, ressaltamos, abacaxi, caju, mangaba banana, manga, goiaba, coco, mamão, graviola cajá, maracujá. O indicador econômico não invalida, no entanto, o potencial da região para estes produtos, não só com base nos fatores edafoclimáticos como já discutido, como também no conhecimento que se tem da variabilidade genética existente nestes vegetais e que permite uma seleção de espécies e variedades mais indicadas para uma dada região. Além disso, há a maior possibilidade de sucesso quando se dispõe de tecnologia própria, a qual oferece as respostas requeridas pelo agricultor para as suas condições.
A região semi-árida paraibana, principalmente os vales úmidos dos rios Piancó, Piranhas e do Peixe, apresentam altas potencialidades para instalação de culturas nobres como a mangueira, devido as condições favoráveis de solo, clima e estações bem definidas de seca e chuva. Estes fatores são requeridos para implantação de grandes projetos agrícolas com fruteiras, à exemplo do Vale do São Francisco. Face estas constatações, observa-se que a cultura da mangueira irrigada poderá encontrar condições essenciais para desenvolver todo o seu potencial produtivo proporcionando altos rendimentos e maior retorno econômico para o fortalecimento da agricultura familiar.
Principais Linhas dos Sistemas Estudados (banana, coco, graviola, goiaba, manga, uva)
a) fruticultura irrigada;
b) fruticultura integrada.
Culturas Alimentares e Alternativas (algodão, arroz, milho)
Os sistemas de produção adotados pelos produtores rurais contribuem para melhorar não apenas o desempenho do algodão, milho, arroz de sequeiro (produtividade e estabilidade ante as agressões e estresses de origem pedoclimáticas, resistência estável a insetos e doenças), como também a qualidade dessas espécies. É o caso do algodão colorido, que além apresentar boa qualidade de fibra agrega valor por sua cor natural, dispensando o de corantes químicos.
Todos esses sistemas (algodão, arroz, batata-doce, batatinha, inhame, feijão, mandioca, milho, urucum, criação de animais, integrados ou não, associados ou não a culturas perenes) oferecem alternativas de cultivos aos produtores dentro das vocações naturais de solo e clima, permitindo melhores incrementos na produção e rendimentos mais satisfatórios.
Ênfase especial será dada ao plantio direto nas áreas de baixo potencial, pois além dos incomparáveis benefícios agronômicos para a gestão sustentada do solo, eles são mais produtivos, mais lucrativos e mais estáveis do que todos os sistemas que recorrem as tecnologias de preparo do solo.
Bovinocultura
A criação de bovinos, com rebanho estimado em 1.327.826 animais (IBGE,1998), representa uma das principais atividades econômicas do Estado, constituindo-se em uma das mais importantes formas de exploração das grandes propriedades.
No Sertão a produção é geralmente extensiva, com exceção de algumas áreas com maiores aglomerados populacionais, onde a bovinocultura de leite está se desenvolvendo como nos casos dos municípios de Pombal e Patos.
A importância de selecionar e difundir raças tropicais para produção de carne e leite é um fator estratégico para a sustentabilidade da pecuária nas regiões semi-áridas. A Emepa-PB, na Estação Experimental de Riacho dos Cavalos vem selecionando, divulgando e cedendo animais da raça Parda Suíça, visando à melhoria das raças fortalecimento do efetivo do rebanho e retornos econômicos satisfatórios junto ao criador.
Principais Linhas dos Sistemas Estudados (Bovinocultura mista – Guzerá, Sindi, Pardo Suiço)
a) sanidade animal;
b) melhoramento genético;
c) reprodução assistida;
d) pastagem/forragem.
Preservação Ambiental
Os impactos ambientais decorrentes das atividades agropecuárias são inevitáveis. Contudo, a exploração agrícola se devidamente planejadas e tomadas às providências necessárias para a otimização dos impactos positivos e a minimização dos impactos negativos ter-se-á ganhos efetivos tanto para o meio biofísico como para a dimensão socioeconômica.
A eliminação da caatinga para implantação de atividades agrícolas provoca, em curto prazo, impactos de grande magnitude, alterando a composição florística, a estrutura dos remanescentes e levando a perdas de biodiversidade.
No quadro de antropização da Mesorregião do Sertão Paraibano, ainda são encontrados inúmeros remanescentes, formando pequenas manchas e fragmentos florestais mais expressivos, que detêm importantes exemplares da flora regional e se constituem em um acervo florístico de valor imensurável. Dessa forma, buscando a preservação das espécies ainda existentes, urge a necessidade de um manejo da caatinga mais eficiente que permita ao produtor a introdução de espécies nativas ou exóticas adaptadas às condições agroecológicas, proporcionando uma exploração mais rápida e rentável, bem como a revegetação com espécies ameaçadas de extinção – catingueira (Caesalpinia pyramidalis), baraúna (Schinopsis brasiliensis), angico (Anadenanthera macrocarpa), pau jucá (Caesalpinia ferrea), marizeira (Geoffroea spinosa), dentre outras. Neste contexto, será focado o manejo de microbacia nas áreas ribeirinhas, no que tange a recuperação da mata ciliar e vegetação de várzeas.
Principais Linhas dos Sistemas Estudados:
b) manejo da caatinga
b) manejo de microbacias
Fonte: Site Governo do Estado
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