header top bar

section content

VÍDEO: Advogado acionará a Justiça contra hospital de Conceição por ‘infração ética’ e suposta negligência

O agricultor Cosmo Izidro, de 61 anos, que é primo do advogado, faleceu após ser transferido do Hospital e Maternidade Caçula Leite com sintomas de uma possível meningite

Por Luis Fernando Mifô

25/11/2025 às 17h44 • atualizado em 26/11/2025 às 13h29

O advogado Silvio Darlan revelou, no programa Olho Vivo desta terça-feira (25), que acionará a Justiça contra o Hospital e Maternidade Caçula Leite, na cidade de Conceição, Sertão paraibano, em função das denúncias de suposta negligência durante o atendimento ao agricultor Cosmo Izidro, de 61 anos, que faleceu após ser transferido para o Hospital Regional Américo Maia de Vasconcelos, em Catolé do Rocha, no dia 19 desse mês, com sintomas de uma possível meningite.

Silvio Darlan, que é primo da vítima, afirmou que a direção do hospital também deve ser denunciada por “infração ética”, que pode encejar em representação criminal, por ter publicado um vídeo nas redes sociais dando a versão do hospital para o caso. Segundo o advogado, o vídeo expõe o paciente e ignora o momento de dor dos familiares.

Silvio disse ainda que já solicitou à direção do HMCL o prontuário do atendimento para saber a conduta adotada pela equipe médica. “Se não há um diagnóstico clínico, tem que existir pelo menos uma hipótese de diagnóstico para, de acordo com esse diagnóstico ou hipótese, verificar se faz uma transferência, se procura um centro, se faz contato com a regulação, que precisa ter um diagnóstico ou hipótese de diagnóstico para que direcione em qual unidade ela vai tomar. A gente precisa saber como foi que isso se desenvolveu”.

O agricultor Cosmo Izidro, de 61 anos, faleceu após ser transferido do Hospital e Maternidade Caçula Leite com sintomas de uma possível meningite (Foto: Arquivo da Família)

Cosmo Izidro deu entrada no HMCL na manhã do dia 14, queixando-se de dores na garganta, com dificuldade de se alimentar e respirar. Ele foi medicado, permaneceu no hospital aguardando a realização de exames, mas seu quadro clínico piorou bastante e isso levou a equipe médica a solicitar transferência. De acordo com o médico evolucionista Steivison Lorena, somente no domingo surgiu vaga na rede estadual. A família do agricultor aponta suposta negligência durante o atendimento, tanto na parte estrutural, quanto no processo de regulação de vaga para outra unidade de saúde.

“É importantíssimo que esse caso não saia como um simples caso que cai no esquecimento. Nós somos de uma cidade muito pequena, muito pobre e que esse serviço de saúde precisa, claramente, ser melhorado. Não é possível que aconteça um caso tão sério dessa natureza sem que haja o mínimo de sensibilidade em procurar rever essas condutas. Nós temos uma família que perdeu um familiar, que sofre com isso; abre o Instagram e está um vídeo institucional divulgando dados, gerando mais dor a uma família que já sofre”, falou o advogado.

Juiz manda retirar vídeo do ar

Nesta quarta-feira (26), o juiz José Emanuel da Silva e Sousa determinou que a Prefeitura de Conceição retire, em até 24 horas, um vídeo institucional com a versão do hospital sobre o caso. A ação judicial, protocolada pelo advogado da família do paciente, Silvio Darlan, acusa o hospital de expor dados sigilosos sobre o atendimento e praticar infração ética. Por essa razão, o vídeo que também havia sido exibido anteriormente pela TV Diário do Sertão durante uma reportagem sobre o caso, fica a partir de agora privado, sem acesso ao público.

Versão do hospital, pelo médico

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o médico Steivison Lorena conta que o paciente deu entrada no hospital às 7h de sexta-feira, dia 14, com falta de ar, mas os sinais vitais eram estáveis, saturando 98% e com a pressão arterial normal. Após prescrever medicação, o médico solicitou exames laboratoriais, exames de imagem e deixou o agricultor em observação. Quando o quadro clínico se agravou no sábado, o médico autorizou a internação e precreveu novamente medicamentos. Era nenecessário, porém, uma tomografia com contraste.

“Esse exame necessita de um preparo para que seja realizado. O paciente receberia medicamentos para que pudesse receber o contraste na segunda-feira. Contudo, o paciente piorou e precisou ser colocado na regulação [de vagas]”, relata Steivison.

“Ao contrário do que está circulando, o paciente foi, sim, colocado na regulação e solicitada uma vaga de transferência, através da Central de Regulação de Leitos, via e-mail. Contudo, a Central nos respondeu que não havia leitos disponíveis naquele momento. A vaga foi reiterada conforme a piora do paciente, inclusive quando precisou ser intubado. Realizamos mais uma vez uma tentativa de solicitação de um leito de UTI ou, pelo menos, um leito em ala vermelha. Porém, não havia leitos disponíveis, nem na terceira macro, nem nas demais macros. Por fim, a vaga saiu no domingo pela manhã, aproximadamente às 8 horas. (…) Em nenhum momento houve omissão ou negligência por parte dos profissionais do HMCL”, acrescenta o médico.

DIÁRIO DO SERTÃO

Recomendado pelo Google: