VÍDEO: Perigo da bebida adulterada: como o metanol pode chegar na cachaça e o que fazer em caso de intoxicação
Cícero Fabiano é bioquímico, farmacêutico, policial civil e explicou no programa Olho Vivo o que pode acontecer com as pessoas que vendem bebidas alcoólicas adulteradas: “É um crime contra a saúde pública"
Na tarde desta quinta-feira (9), o farmacêutico e bioquímico, Cícero Fabiano, destacou no programa “Olho Vivo” os casos de intoxicação ocorridos pelas bebidas adulteradas por metanol no Brasil.
Durante a entrevista, Fabiano ressaltou como pode acontecer a falsificação desses produtos e como a substância pode chegar à bebida.
Ele dá um exemplo da fabricação da cachaça, onde durante o processo existem a “cachaça de cabeça”, “coração” e “cauda”, em que o “coração” é a parte onde está a bebida de melhor qualidade, e a “cabeça” e a “cauda” são a porcentagem que deveria ser descartada.
“Algumas pessoas de má-fé podem pegar essa cachaça [de cabeça] que está rica em metanol e usar para falsificação, esta é uma das maneiras e é a mais comum”, disse o farmacêutico.
Fabiano destaca que esta não é a primeira vez que isso acontece. Segundo ele, no Brasil as intoxicações por bebidas alcoólicas já foram registradas anteriormente nas décadas de 1940 e 1990, voltando à tona atualmente.
O bioquímico explica como é possível identificar o metanol nos destilados e quais os protocolos de atendimento em caso de suspeita de intoxicação.
Atenção!
De acordo com o Ministério da Saúde, a ação que deve ser adotada pelos brasileiros é evitar o consumo de bebidas. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez um alerta sobre os riscos do consumo de bebidas destiladas de origem desconhecida, especialmente as incolores. Para o tratamento da intoxicação, o Brasil está realizando a compra de medicamentos importados diretamente do Japão.
Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) desenvolveram canudos que funcionam através de princípios simples da química, que, ao entrar em contato com a bebida, detectam a presença de metanol nas bebidas.
Na Paraíba, a Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa/PB) reforçou aos municípios do estado para intensificar as fiscalizações da regularidade das bebidas disponíveis nos comércios.
Cícero Fabiano também é policial civil na Paraíba e comentou sobre as sanções que podem ser impostas aos comerciantes que venderem bebidas adulteradas.
“É um crime contra a saúde pública. A bebida é apreendida. Se for constatado que a pessoa foi vendida e alguém teve algum dano, por exemplo: chegar a perder a visão, responderá por lesão corporal gravíssima. Se chegar à morte, responderá por homicídio doloso. Só a bebida adulterada é crime contra a saúde pública, com pena de reclusão de quatro a seis anos. É um crime grave”, ressaltou o bioquímico.
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