Cientistas criam teste capaz de mapear riscos de uma pessoar ter câncer
Exame deverá funcionar como um tipo de "passaporte genético"
Usando tecnologias de ponta, o Instituto Europeu de Oncologia (IEO) desenvolveu um teste revolucionário capaz de mapear o risco genético hereditário de se ter um tumor analisando, em um único chip, as 115 mutações genéticas conhecidas. O anúncio foi feito pelo diretor científico da entidade fundada pelo famoso oncologista italiano Umberto Veronesi, Roberto Orecchia, afirmando que esse “super teste” será oferecido de graças pelo menos pelo seu primeiro ano de existência a todas as pacientes que são tratadas de câncer de ovário no instituto.
No entanto, segundo o especialista italiano, as mutações que o teste pode descobrir estão relacionadas não apenas ao câncer de ovário, mas também a vários outros, como o de mama, o de pâncreas, o do cólon, o da tiroide, o da próstata e os melanomas. “O objetivo é o de criar um ‘passaporte genético’ para cada paciente: um microchip ou um ‘oncochip’ que contenha todos os seus dados genéticos e moleculares em relação aos tumores; um documento que pode servir para a prevenção – também para os parentes -, para o diagnóstico e para as terapias assistidas”, disse o responsável pela pesquisa, Piergiuseppe Pelicci. Segundo o italiano, as vantagens desse teste são “identificar melhor o risco individual e ativar percursos de proteção personalizados; identificar um maior número de potenciais tumores hereditários e assim ampliar a proteção a mais pessoas, em particular aos grupos familiares, para conhecer mais mutações genéticas”. Além disso, de acordo com Pelicci, com o chip “será possível criar mais remédios preventivos. “Em um futuro muito próximo poderemos ter maiores informações sobre o risco individual, descobrindo se as nossas células receberam informações negativas do ambiente”, explicou o estudioso.
Esse “super teste”, considerado pelos pesquisadores “rápido, preciso e economicamente sustentável”, é um projeto que IEO tem trabalhando há bastante tempo.
Em poucos meses, os cientistas do instituto conseguiram testá-lo em mais de 400 pacientes, não só os que sofrem de câncer de ovário, mas também aqueles que correm riscos de desenvolverem tumores devido a casos na família. Todos os testes realizados foram reembolsados pelo serviço sanitário italiano. Para fazer uma última demonstração de como esse “passaporte genético” é importante para a medicina, Pelicci fez um rápido cálculo: “400 testes, cada um para 115 mutações, é algo como 40 mil testes se eles tivessem sido realizados um de cada vez”. “Se pensarmos que cada gene que sofreu uma mutação pode ter entre 6 e 7 variações, trata-se de uma enorme massa de informações ‘multiórgãos’ sobre vários tipos de risco, seja à mesma pessoa que foi submetida ao teste ou a membros da sua família. Todos os dados serão inserido em um data-base, para estudar a complexidade e procurar novos instrumentos prescritivos de ações de prevenção”, concluiu o pesquisador italiano. (ANSA)
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