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VÍDEO: Deputados aprovam urgência para projeto que cria a bancada cristã da Câmara

A possibilidade da criação da bancada está sendo criticada por parlamentares que defendem o pleno estado laico no Brasil

Por Luis Fernando Mifô

23/10/2025 às 11h55 • atualizado em 23/10/2025 às 19h58

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (22), regime de urgência para o Projeto de Resolução 71/25 que cria a bancada cristã da Câmara. O projeto foi apresentado pelos presidentes das frentes parlamentares evangélica e católica, os deputados Gilberto Nascimento (PSD-SP) e Luiz Gastão (PSD-CE), respectivamente.

Segundo a proposta, a bancada será constituída por uma coordenação-geral e três vices-coordenadorias. Ela poderá ter direito a voz e voto nas reuniões de líderes partidários e usar a palavra por 5 minutos semanalmente em Plenário.

O deputado Luiz Gastão defendeu a criação da bancada alegando que, segundo ele, mais de 80% da população brasileira é cristã. “A Constituição nos garante liberdade da manifestação da fé de todas as formas”, disse.

A possibilidade da criação da bancada cristã da Câmara está sendo criticada por parlamentares que defendem o pleno estado laico no Brasil. Mas o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) afirmou que quem é contra o projeto estaria tentando impedir que um movimento conservador se organize na Câmara. “Esse é o desespero: com a bancada cristã, o movimento conservador ganha força neste Plenário. Isso eles não querem”, disse.

Deputada Talíria Petrone (Foto: Cãmara dos Deputados)

Já a deputada Talíria Petrone (RJ), líder do Psol, criticou o projeto por estabelecer “uma relação de aliança e preferência de natureza religiosa dentro da estrutura do Legislativo federal, o que é proibido pelo princípio da laicidade”. Ela ressalta que “o espaço político não pode privilegiar com voz e voto no Colégio de Líderes uma fé professada”.

De acordo com Talíria, as bancadas negra e feminina só existem por conta da desigualdade histórica de gênero e raça na representação do Congresso. “É papel, também previsto na Constituição, garantir igualdade entre homens e mulheres, também por políticas afirmativas, para corrigir a desigualdade histórica, que não tem a ver com religião”, declarou.

Para o líder do PDT, deputado Mário Heringer (MG), a criação da bancada discrimina outras religiões. “Quando nós fazemos essa escolha, nós estamos discriminando. Nós estamos discriminando as outras religiões”, afirmou.

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