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VÍDEO: “Prioridade é a vida e não o capital”, diz padre ao falar sobre a tragédia do Rio Grande do Sul

Marcelo Barros é monge, biblista, doutor em Ciências da Religião e diz que o que está acontecendo no RS não é algo isolado. "Sempre houve secas, sempre houve inundações, acidentes ecológicos no mundo, mas não com essa frequência e com essa força"

Por Priscila Tavares

22/05/2024 às 17h43

Em entrevista exclusiva ao Portal Diário o monge, biblista e doutor em Ciências da Religião, padre Marcelo Barros de Sousa afirma que a “prioridade é a vida e não o capital”, em relação a tragédia no Rio Grande do Sul (RS).

O padre falou que o que está acontecendo no estado gaúcho não é algo isolado e que se junta a outras grandes catástrofes ambientais pelo mundo, mas ressaltou que a falta de atenção para as políticas de prevenção ambiental é um fator que potencializou a situação.

“Sempre houve secas, sempre houve inundações, acidentes ecológicos no mundo, mas não com essa frequência e com essa força. Então, quando nós olhamos a tragédia no Rio Grande do Sul não podemos deixar de lembrar que o atual governador do Estado chegou a anular mais 100 medidas, legislações, medidas cautelares que visavam proteger a natureza”, disse.

“Não podemos esquecer que o Brasil, no Congresso Nacional enquanto estamos trabalhando na solidariedade aos atingidos pela tragédia do Rio Grande do Sul, os deputados estão votando venenos, desmatamentos, continuando uma política oposta ao cuidado”, completou.

Durante a entrevista, Marcelo Barros questionou a postura dos políticos do Brasil em relação as leis e políticas de cuidados com a natureza, destacou toda força de voluntariado e doações para o RS e afirmou: “A prioridade é a vida e não o capital”

Quem é Marcelo Barros de Sousa

Nascido em 1944, Marcelo Barros de Sousa é natural de Camaragibe- PE, de uma família de operários, sendo ele o primeiro de dez irmãos. Aos 18 anos decidiu entrar no Mosteiro dos Beneditinos de Olinda, desde que lhe fosse permitido trabalhar com as pessoas mais pobres e visitar cultos de outras Igrejas e religiões.

Fez profissão de monge em 1965 no mesmo dia em que, em Roma, se encerrava o Concílio Vaticano II, o que o inspirou para o trabalho pela renovação da Igreja Católica, para que ela se coloque em diálogo com o mundo e a serviço dos empobrecidos. Em 1969, foi ordenado padre por Dom Hélder Câmara, com quem trabalhou como secretário e assessor para assuntos ecumênicos até 1976.

Atualmente, Marcelo Barros é teólogo especializado em Bíblia, do grupo fundador do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI), é um dos três latino-americanos membros da Comissão Teológica da Associação Ecumênica dos Teólogos do Terceiro Mundo (ASETT) que reúne teólogos da América Latina, África, Ásia e ainda minorias negras e indígenas da América do Norte.

Ele também assessora movimentos sociais, pastorais e comunidades eclesiais de base; é membro do Fórum Diálogos pela Diversidade Religiosa e contra a Discriminação, organismo do Ministério Público em Pernambuco e participa do Comitê Interreligioso pela Democracia.

Acompanhe o trabalho de Marcelo Barros em sua conta oficial do Instagram, no @irmarcelobarros.

Assista a entrevista completa com o padre Marcelo Barros de Sousa

PORTAL DIÁRIO

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