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Estratégia de Marina passa por fazer Serra e Dilma debaterem propostas

Marina Silva, a noiva mais cobiçada da República, não pretende se deixar conquistar pela primeira cantada.

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06/10/2010 às 09h09

A estratégia da verde para definir seu apoio no segundo turno envolve fazer Dilma e Serra passarem por uma espécie de "purgação pública", expondo ao eleitor programas de governo e ideias que, na avaliação de Marina, estiveram ausentes do debate até agora.

Marina diz que, como os seus 20 milhões de votos não são dela, mas do eleitor, é ele quem terá de decidir qual é a melhor proposta.

Ela desautorizou o núcleo de sua candidatura a negociar cargos com o PT e o PSDB num eventual novo governo, mas seu comitê prepara uma série de pontos para o "debate de ideias" que ela gostaria de ver explicitados pelos candidatos.

Isso envolveria trocar apoio por modificações em propostas dilmistas e serristas que tornem as candidaturas mais palatáveis ao programa de governo verde.

"A questão central não é um ponto específico, mas o conjunto", afirma Tasso Azevedo, um dos coordenadores do programa de Marina.

"Ela fala, por exemplo, em aumentar a renovabilidade da matriz energética. Isso é muito mais amplo do que construir X usinas eólicas."

Além da área de energia, há outros setores sensíveis sobre os quais Marina quer ouvir os ex-concorrentes.

Um deles é transparência no governo. A senadora visava aplicar à gestão pública uma estratégia análoga à que criou quando ministra para monitorar a Amazônia: um sistema em tempo real com acompanhamento público pela internet.

Isso se aplicaria à execução de contratos do governo, que hoje são uma caixa-preta. Ela também defende que o Siafi, o sistema informatizado de acompanhamento dos gastos públicos, seja totalmente aberto.

"A ideia é provocar os dois [Dilma e Serra] a discutir propostas", diz Azevedo.

Da Folha

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